Reforma Administrativa limitará supersalários; leia principais pontos
Por Karin Strohecker e Dhara Ranasinghe
LONDRES (Reuters) - O iuan chinês e o dólar australiano aumentaram sua participação nas reservas cambiais globais no segundo trimestre, mostram dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto o dólar e o euro perderam um pouco de terreno.
O iuan e o dólar australiano ganharam 0,03 ponto percentual de participação de mercado em relação ao trimestre anterior, embora ambos representem pouco mais de 2% cada um dos quase US$13 trilhões em reservas, de acordo com dados compilados e analisados pelo FMI a partir de gestores de reservas de 149 economias.
O dólar perdeu 0,12 ponto percentual, passando a representar 56,32% das reservas globais no final do segundo trimestre, quando ajustado pelas flutuações cambiais. A participação do euro ficou em 21,13% das reservas totais.
O FMI publicou os dados ajustados -- o que não havia feito antes -- para contabilizar as oscilações drásticas da moeda desde o início do ano, quando o retorno de Donald Trump à Casa Branca e sua mudança nas políticas comerciais e econômicas abalaram os mercados.
O índice do dólar -- que mede seu desempenho em relação às moedas da zona do euro, do Japão, do Reino Unido, do Canadá, da Suécia e da Suíça -- caiu mais de 10% no primeiro semestre do ano, na maior queda desde 1973. O dólar enfraqueceu 8% somente no segundo trimestre.
"Os movimentos cambiais explicam 92% da redução da participação do dólar durante os três meses até junho", afirmou o FMI em um blog que acompanha a divulgação dos dados. "Efeitos cambiais semelhantes podem ser observados em outras moedas, incluindo o euro, a segunda maior moeda de reserva do mundo."
O montante total de reservas cambiais mantidas pelos bancos centrais -- avaliadas em dólares -- ficou em US$12,945 trilhões, em comparação com US$12,540 trilhões no primeiro trimestre, mostraram os cálculos do FMI.
Oscilações nos mercados de câmbio não necessariamente equivalem à disposição dos gestores de reservas de manter determinadas moedas.
Mas a turbulência do mercado induzida pelas políticas de Trump e os ataques à independência do Federal Reserve alimentaram um debate sobre se o dólar pode correr o risco de perder sua posição dominante no sistema monetário global.
Embora alguns analistas apontem sinais incipientes de desdolarização, há amplo consenso de que qualquer mudança desse tipo seria muito lenta.
(Reportagem de Karin Strohecker e Dhara Ranasinghe)