La Paz, 19 ago (EFE).- O chefe de Estado da Bolívia, Evo Morales,
anunciou hoje que, no próximo sábado, analisará com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva os preços e os volumes do gás exportado ao
mercado brasileiro e a dívida adquirida pela Petrobras com a compra
do insumo.
Os dois presidentes discutirão esses temas dentro da visita que
Lula fará à região cocaleira do Chapare (centro).
Durante o encontro, Lula e Morales assinarão um acordo para que o
Brasil financie, com US$ 332 milhões, a construção de uma estrada na
região central da Bolívia.
Sobre o gás que exporta e a dívida da Petrobras, cujo montante
não foi especificado, Morales disse já ter conversado com Lula em
encontros regionais que ambos tiveram há pouco tempo em Assunção
(Paraguai) e em Quito (Equador).
Neste ano, a demanda do Brasil pelo gás boliviano, que varia de
24 milhões a 30 milhões de metros cúbicos diários, teve muitos altos
e baixos, o que pode afetar o Produto Interno Bruto da Bolívia,
admitiu o Governo de La Paz.
Numa entrevista coletiva concedida hoje, Morales disse que tanto
a questão do gás como a da dívida da Petrobras, além da luta contra
o narcotráfico e outros temas políticos regionais, serão analisadas
no sábado, a partir das 8h (9h de Brasília), na localidade de
Chimoré.
Após esse encontro, Lula e Morales seguirão para um estádio em
Villa Tunari (Cochabamba), onde, duas horas depois, assinarão o
acordo para o financiamento da estrada que vai ser construída entre
a localidade e a cidade de Santo Inácio de Moxos (Beni).
Já o porta-voz da Presidência boliviana, Ivan Canelas, considerou
"absurda" a polêmica que a oposição quer fazer sobre a segurança que
os produtores de coca do Chapare querem dar ao presidente
brasileiro.
Opositores a Morales disseram esta semana que a imagem de Lula
pode ser prejudicada caso ele apareça junto a produtores de coca da
região, já que dela sai parte da cocaína que chega ao Brasil.
Em resposta, Canelas afirmou que a oposição quer "criar problemas
onde não existem" e que os Governos do Brasil e da Bolívia serão os
encarregados da segurança oficial de Lula. EFE