(Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central mantiveram suas expectativas para a inflação deste ano e do próximo, interrompendo uma recente sequência de elevação, embora o prognóstico para o avanço dos preços num prazo mais longo tenha voltado a subir.
A pesquisa semanal Focus, divulgada nesta segunda-feira, estima que o IPCA avançará 5,90% em 2023 e 4,02% em 2024, sem alterações em relação à sondagem anterior.
A projeção deste ano interrompeu uma sequência de 11 altas consecutivas, enquanto a conta para o ano que vem permaneceu inalterada pela segunda semana seguida, estabilidade que veio após série de cinco aumentos.
O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e, para 2024 e 2025, é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Por outro lado, economistas elevaram sua estimativa de inflação para 2026 pela terceira vez seguida, a 3,77%, de 3,75% na semana anterior. Isso deve alimentar temores de investidores de desancoragem das expectativas após recentes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à conduta da política monetária pelo Banco Central e às metas de inflação.
O mercado manteve a perspectiva de que a Selic encerrará este ano em 12,75% e o seguinte em 10,00%, segundo o Focus, mas elevou a projeção para os juros ao final de 2026 em 0,05 ponto percentual, a 8,75%. A taxa está atualmente em 13,75%.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano melhorou marginalmente pela terceira semana seguida, a 0,85%, de 0,84% na semana anterior. Para 2024 segue em 1,50% pela décima semana seguida. Na última quinta-feira, dados do IBGE mostraram que o PIB cresceu 2,9% em 2022, com queda de 0,2% no último trimestre sobre os três meses imediatamente anteriores.
(Por Luana Maria Benedito)