Mercado passa a ver Selic em 12,50% no próximo ano, com inflação mais alta em 2025 e 2026

Publicado 27.01.2025, 09:01
Atualizado 27.01.2025, 09:06
© Reuters. Feira no Rio de Janeiron02/09/2021. REUTERS/Ricardo Moraes

SÃO PAULO (Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver uma taxa Selic mais alta ao fim do próximo ano, elevando também suas projeções para a inflação em 2025 e 2026, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para a taxa básica de juros agora é de 12,50% ao fim do próximo ano, de 12,25% na semana anterior. Para 2025, a projeção de 15,00% foi mantida.

A Selic está atualmente em 12,25% ao ano, após o BC acelerar o aperto no mês passado ao elevar a taxa de juros em 1 ponto percentual. A autarquia também sinalizou que realizará mais dois aumentos da mesma magnitude nas duas primeiras reuniões do ano, com a próxima decisão a ser anunciada na quarta-feira.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda um aumento na projeção para a inflação neste ano e no próximo. A mediana das expectativas para o IPCA em 2025 agora é de alta de 5,50%, de 5,08% na semana anterior, no que foi a 15ª semana consecutiva de aumento na previsão.

Para o fim de 2026, a projeção para a inflação é de 4,22%, de 4,10% há uma semana.

O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

As mudanças nas projeções ocorrem na esteira da divulgação do IPCA-15 de janeiro na semana passada, que registrou uma alta inesperada na base mensal, subindo 0,11%, diante da expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 0,03%.

O resultado foi puxado pelos preços de alimentos e bebidas, justamente no momento em que o governo demonstra preocupação com o tema. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou na sexta-feira que o Executivo poderá alterar alíquotas de importação de produtos que estiverem com preços mais altos no Brasil do que no mercado internacional, para baratear o custo dos alimentos no país.

Os investidores também têm demonstrado preocupações com o início do governo de Donald Trump nos EUA, após sua posse na segunda-feira passada, dada a perspectiva de medidas que incluem tarifas de importação, o que pode fortalecer o dólar e prejudicar ativos e as economias de países emergentes.

No Focus desta segunda, houve ainda manutenção na expectativa para o preço do dólar em 2025 e 2026, com as projeções indicando que a moeda norte-americana encerrará este ano e o próximo em 6,00 reais.

Sobre o PIB brasileiro, a previsão é de que a economia do país cresça 2,06% neste ano, ligeiramente acima da projeção de 2,04% da semana anterior. Em 2026, a expectativa é de que a expansão seja de 1,72%, uma queda em relação à taxa de 1,77% prevista na pesquisa anterior.

 

(Por Fernando Cardoso)

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