O dólar operou em alta ante a maioria de suas divisas concorrentes nesta quinta-feira, com investidores buscando a segurança da moeda americana diante do recrudescimento da pandemia de coronavírus na Europa. A demanda por dólar também foi apoiada pela alta nos juros longos dos Treasuries, e pela perspectiva de recuperação da economia americana, após dados de auxílio-desemprego serem divulgados.
O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, avançava 0,36% às 17h40 (de Brasília), aos 92,861 pontos. O euro, principal componente do índice, recuava a US$ 1,7376 no fim da tarde em Nova York, enquanto o dólar subia a 109,12 ienes e a libra esterlina avançava a US$ 1,3743, em movimento de recuperação após cinco quedas seguidas, segundo destacou a diretora-gerente de estratégia de câmbio da BK Asset Management, Kathy Lien.
O temor de investidores quanto à piora da crise sanitária na Europa pressionou o euro durante toda a sessão. O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, afirmou que há "grande chance" da economia da zona do euro encolher no primeiro trimestre de 2021 por causa das restrições à atividade, além do ritmo lento da vacinação no continente.
Para o analista sênior de mercados do Western Union, Joe Manimbo, a queda nos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada para um número abaixo dos 700 mil deu mais fôlego ao dólar nesta quinta-feira. Também foi divulgada, pelo Departamento do Comércio americano, a terceira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no quarto trimestre de 2020. Segundo Manimbo, os gastos com consumo e a inflação de fevereiro nos EUA, a serem divulgados na sexta-feira, serão cruciais para a moeda americana.
Entre moedas emergentes, o peso mexicano registrou bom desempenho ante o dólar nesta quinta, após o Banco Central do México manter a sua taxa básica de juros em 4,00%. Perto do horário de fechamento em NY, o dólar cedia a 20,7202 pesos.