O dólar se valorizou nesta quarta-feira, 19, frente ao iene e ao euro, mas caiu diante da libra. A moeda britânica foi sustentada após uma leitura do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido reforçar apostas de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) terá de subir mais os juros. Nos EUA, o Livro Bege divulgado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) foi monitorado, mas com impacto limitado nos mercados.
No fim da tarde em Nova York, o dólar avançava a 134,75 ienes, o euro tinha baixa a US$ 1,0956 e a libra se valorizava a US$ 1,2439. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou ganho de 0,22%, a 101,968 pontos.
O CPI do Reino Unido subiu 10,1% em março, na comparação anual, acima da previsão de alta de 9,8% dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal. O ING considerou que o dado apoia alta de juros pelo BoE em maio, enquanto o Morgan Stanley (NYSE:MS) via reforço na chance de elevação não apenas em maio, mas também em junho.
Na zona do euro, o CPI desacelerou a uma alta anual de 6,9% em março, segundo revisão publicada hoje. Entre dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel advertiu para a persistência do núcleo da inflação, enquanto Pablo Hernández de Cos previu que a desaceleração no crescimento e os juros altos devem trazer efeitos adversos para os bancos. Para a Capital Economics, o núcleo do CPI deve fazer o BCE elevar sua taxa de depósito dos 3% atuais a 4%.
Nos EUA, o monitoramento do CME Group mostrava chance de mais de 80% de alta nos juros em 25 pontos-base pelo Fed em maio, com menor chance de relaxamento monetário até o fim deste ano. O Livro Bege, sumário de opiniões que embasa as decisões do BC americano, mostrou pouca mudança na atividade e nas expectativas econômicas, mas também registrou queda nos empréstimos e um aperto nas condições monetárias, em quadro de incertezas.
Segundo o BBH, o dólar a apoiado pelo avanço dos juros dos Treasuries, nesta sessão. O banco de investimentos também considera, ao avaliar declarações recentes, que os dirigentes do Fed "permanecem hawkish", sinalizando mais aperto na política monetária.