O dólar era negociado em alta ante os principais pares nesta terça-feira, 1º, após o ataque do Irã com mísseis a Israel sustentar busca por ativos mais seguros. A moeda americana contava ainda com o suporte da diminuição da expectativa de um alívio mais incisivo da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed). O euro recuava em rumo reforçado pelo aumento da aposta em corte de juros pelo Banco Central Europeu (BCE).
O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, fechou em alta de 0,41%, a 101,194 pontos. O dólar se valorizava a 143,72 ienes às 16h50 (de Brasília). O euro cedia para US$ 1,1073, enquanto a libra era cotada em baixa, a US$ 1,3286.
A tensão no Oriente Médio ainda nutria fluxo de proteção para o dólar e Treasuries, mas traders do mercado cambial já tinham precificado, de certa forma, o risco de um ataque iraniano, disse Karl Schamotta, da Corpay. "A reação parece relativamente bem contida neste momento", afirmou. A moeda americana ainda reverberava comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, que ressaltou ontem que a instituição não tem a urgência para flexibilizar a política monetária. Os comentários de Powell forneceram "orientações excepcionalmente específicas", sinalizando seu "descontentamento" com as expectativas das taxas de mercado, disse o analista do ING, Francesco Pesole, em nota.
O euro absorveu pressão adicional após a desaceleração da taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro, o que deve ser suficiente para convencer o Banco Central Europeu (BCE) a cortar juros de novo em outubro, segundo a Capital Economics. A libra esteve entre as moedas sem força hoje, depois da confirmação de queda do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Reino Unido.
O iene rondava a estabilidade, recuperando-se de perdas mais acentuadas mais cedo, também se beneficiando da procura por ativos de segurança. O dólar chegou a subir a 144,53 ienes após o novo primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, afirmar que gostaria que o Banco do Japão (BoJ) mantivesse condições acomodatícias.