Washington, 22 dez (EFE).- A economia americana cresceu 2,2% no
terceiro trimestre do ano, mas, apesar de ter sido a maior nos
últimos dois anos, a expansão no período ficou abaixo das previsões
dos analistas, que esperavam um crescimento de 2,8 %.
Anunciado hoje pelo Departamento de Comércio, o número definitivo
sobre a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro
trimestre também foi inferior à estimativa de 3,5% apresentada em
outubro, posteriormente reduzida pelo Governo também para 2,8%.
Antes da alta registrada entre julho e setembro, a economia
americana registrou quatro trimestres consecutivos de recessão, o
que não acontecia desde a Grande Depressão, nos anos 1930.
Só no primeiro trimestre deste ano, o PIB americano sofreu uma
contração de 6,4% em relação ao mesmo período de 2008. Já no
trimestre seguinte, a retração foi de 0,7%.
Apesar da relativa decepção com os números apresentados hoje,
analistas acham que o aumento do PIB no terceiro trimestre pode ter
colocado fim à pior recessão das últimas sete décadas nos Estados
Unidos.
Os dados apresentados nesta terça-feira mostraram ainda que a
economia cresceu menos que o esperado devido a uma leve queda nos
gastos dos consumidores, a uma diminuição nos estoques das
companhias e aos investimentos em equipamentos, que ficaram abaixo
do esperado.
Especificamente, as despesas dos consumidores, principal motor da
economia americana, cresceram 2,8%, frente aos cálculos de que
aumentariam 2,9%.
Já entre os fatores que ajudaram a economia a crescer, o
destaque, mais uma vez, foram os programas do Governo para estimular
a compra de automóveis e imóveis, que impulsionaram a combalida
economia do país.
Em relação ao quarto trimestre, os analistas acham que o PIB no
período crescerá cerca de 4%. Caso este número se confirme, será a
maior expansão registrada pela economia americana desde o primeiro
trimestre de 2006, quando o PIB avançou 5,4%.
O reforço dos estoques, o aumento das exportações e os maiores
gastos das famílias americanas na temporada de Natal são alguns dos
fatores que, de acordo com os especialistas, deverão ajudar a
economia crescer ainda mais entre outubro e dezembro.
A primeira das duas projeções do Departamento de Comércio sobre a
expansão do PIB no quarto trimestre será divulgada em 29 de janeiro.
Apesar de todo o otimismo, os analistas ressaltam que, mesmo que
os EUA cresçam a um ritmo de 4% entre outubro e dezembro, este
comportamento não será suficiente para reduzir a taxa de desemprego,
que atualmente é de aproximadamente 10%.
Acredita-se que o desemprego e o difícil acesso ao crédito
continuam dificultando a recuperação da econimia, a ponto de muitos
especialistas preverem para o PIB uma contração de 2% a 3% no
primeiro trimestre de 2010.
Para evitar este cenário, na semana passada o Federal Reserve
(Fed, banco central americano) já prometeu que manterá os juros
básicos inalterados por um "longo período". EFE