Real contra outras moedas se destaca negativamente, avalia Bruno Serra do BC

Publicado 08.04.2021, 18:45
Atualizado 09.04.2021, 08:02
© Reuters.  Real contra outras moedas se destaca negativamente, avalia Bruno Serra

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, reconheceu nesta quinta-feira, 8, que o real se destaca "negativamente" em relação a outras moedas e tem um dos piores desempenhos globais.

Ao tratar da questão, Serra citou uma série de fatores que, nos últimos anos, tem influenciado o movimento do câmbio no Brasil. Em primeiro lugar, ele citou o fato de que, com a perda do grau de investimento concedido pelas agências internacionais de rating, o crédito internacional ficou mais escasso às empresas brasileiras.

Serra pontuou que, nos últimos anos, muitas companhias também passaram a "deixar" mais dólares no exterior, para pagar compromissos em outros países. De fato, este movimento foi bastante perceptível no segundo semestre de 2019, quando houve o chamado "pré-pagamento" de dívidas de empresas brasileiras em outros países. Serra lembrou, porém, que "este movimento tem fim". O diretor do BC defendeu que a tendência é de que o mercado de câmbio tenha um fluxo "melhor" em 2021. "Commodity traz investimento ao Brasil. A tendência é que tenhamos melhora", afirmou. "O fluxo cambial já apresenta melhora em 2021."

Conforme o diretor do BC, o movimento de zeragem do chamado "overhedge", no ano passado, também influenciou o mercado de câmbio. "O BC vendeu US$ 56 bilhões no ano passado, mas só o setor financeiro comprou US$ 34 bilhões", disse. "No quarto trimestre do ano passado, os bancos tiveram que comprar um volume grande de dólares para o overhedge."

Em 2020, o Brasil enfrentou um ajuste de estoques cambiais ligados ao overhedge - o hedge (proteção) em excesso que bancos com operações no exterior carregavam e que precisou ser reduzido até o fim do ano.

Serra afirmou ainda que houve mudanças no mercado na virada de 2020 para 2021. Segundo ele, o BC precisou fazer intervenções no câmbio. "Desde que fizemos intervenções no câmbio, o mercado se equilibrou bastante, mesmo com o fiscal", disse, em referência às dificuldades do País em equilibrar suas contas. "Passada a pandemia, teremos que dar direção para o problema fiscal. Em períodos em que o fiscal está endereçado, o que ocorreu até 2013, as variáveis econômicas reagem adequadamente", acrescentou.

Câmbio

Bruno Serra afirmou que o câmbio mais depreciado tende a manter a melhora da conta corrente brasileira por período mais prolongado.

Segundo ele, uma parte da melhora da conta corrente de todos os países emergentes ocorreu em função da queda da atividade interna, que leva as pessoas a importarem menos.

Serra participou hoje de evento virtual organizado pela Consulting House.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.