Investing.com - A moeda russa, o rouble, continua a despencar em meio a uma crise política cada vez mais profunda. Essa queda foi acentuada na quinta-feira, quando atingiu uma baixa de 87,75 em relação ao dólar.
Essa desvalorização se deve, em grande parte, à contínua agitação causada pela recente rebelião liderada pela empresa militar privada Wagner Group. As consequências dessa revolta podem levar a uma resposta dos Estados Unidos em termos de fornecimento de mísseis de longo alcance para a Ucrânia.
Na quinta-feira, o rublo caiu novamente como resultado das repercussões do motim do último fim de semana orquestrado pelo Wagner Group. A moeda atingiu seu nível mais baixo em mais de um ano, 87,75 por dólar, marcando sua maior queda desde o início de 2023 e representando uma queda geral de mais de 80% em relação ao seu pico em junho do ano passado.
Ao longo do tempo, vários fatores contribuíram para o enfraquecimento do rublo, incluindo a queda dos preços do pétrole e do gás, o aumento dos rendimentos dos títulos dos EUA, a inflação galopante e uma economia em geral em dificuldades.
No entanto, foi o ataque de sábado a Moscou que desencadeou a corrida dos russos para moedas estrangeiras, levando a um aumento na demanda em quinze regiões, de acordo com a declaração do primeiro vice-primeiro-ministro Andrei Belousov no início desta semana.
Nos últimos dias, houve sinais crescentes de instabilidade nas fileiras do exército russo, com rumores circulando sobre prisões secretas de oficiais de alto escalão com conhecimento da revolta.
O momento do ataque adicionou sal à ferida para o já enfraquecido rublo: coincidiu com o fim da temporada de impostos, durante a qual os exportadores geralmente convertem seus ganhos em moeda estrangeira em moeda local, reduzindo ainda mais a demanda por rublos e exacerbando a perda de valor do rublo em relação a outras moedas.
O cenário político do país pode estar prestes a sofrer uma reviravolta ainda maior depois que Yevgeny Prigozhin, chefe do Wagner Group, criticou abertamente a abordagem do Kremlin para resolver o conflito com a Ucrânia, além de pedir mudanças nos cargos de liderança da defesa.
Ao mesmo tempo, os relatórios sugerem que as autoridades norte-americanas estão considerando fornecer à Ucrânia suporte de armas para o Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS), apesar de suas reservas anteriores, dadas as circunstâncias atuais resultantes da agitação contínua causada pelo grupo Wagner na Rússia.
As autoridades ocidentais parecem estar convencidas de que chegou a hora de acelerar o fornecimento de armas avançadas, como o sistema de mísseis de longo alcance ATACMS, que permitiria a Kiev atingir locais russos bem além das linhas de frente, tornando a tarefa de fornecer apoio terrestre muito mais difícil.