Bogotá, 18 ago (EFE).- O presidente colombiano, Álvaro Uribe,
exaltou hoje a memória de Luis Carlos Galán, ex-candidato à
Presidência assassinado há 20 anos, ao dizer que representava "a
verticalidade encarnada".
Ao discursar no fórum "Os desafios da democracia na Colômbia e na
América Latina", realizado em Bogotá, Uribe disse que o líder
político tinha sido "crivado por uma história criminosa" que é
preciso ser derrotada.
Lembrou que Galán sempre defendeu, arriscando sua própria vida,
"aquilo que considerava útil para o país", e ressaltou que foi um
impetuoso lutador democrático.
Uribe lembrou que Galán, assassinado em 18 de agosto de 1989 em
Soacha, localidade próxima a Bogotá, durante um ato político, foi
ministro da Educação com menos de 27 anos, o que não o impedia de
ter uma visão clara sobre a Colômbia do momento.
Ao fim do discurso, Uribe disse que uma forma de render uma
homenagem ao político morto é, quando terminar seu mandato, poder
olhar o povo nos olhos, "por ter combatido todos os criminosos, com
toda a firmeza e em todos os momentos, tentando ter como ponto de
referência a verticalidade de Luis Carlos Galán".
Nesta terça-feira, o ex-diretor Departamento Administrativo de
Segurança (DAS, inteligência estadual) Miguel Maza Márquez se
entregou depois de a Promotoria da Colômbia ter emitido uma ordem de
captura.
Segundo fontes da Promotoria, a ordem contra Maza Márquez seria
pelo crime de homicídio agravado.
Maza Márquez, segundo as mesmas fontes, teria mudado horas antes
do atentado a escolta oficial de Galán, candidato presidencial pelo
Partido Liberal e assassinado em uma praça pública.
Segundo investigações da Promotoria, no crime houve participação
de Pablo Escobar, ex-líder do cartel de drogas de Medellín morto em
1993, e políticos como Alberto Santofimio Botero, condenado pelo
assassinato de Galán e absolvido em segunda instância por falta de
provas.
Luis Carlos Galán era o favorito para vencer as eleições
presidenciais de 1990, em que foi eleito presidente o então chefe de
campanha, César Gaviria (1990-94). EFE