Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - As vendas no varejo dos Estados Unidos avançaram em agosto mais do que o esperado, indicando sólidos gastos dos consumidores que devem continuar apoiando um ritmo moderado de crescimento econômico.
O Departamento de Comércio informou nesta sexta-feira que as vendas no varejo aumentaram 0,4% no mês passado, impulsionadas pelos gastos com veículos, materiais de construção, saúde e hobbies.
Em relação a agosto do ano passado, as vendas no varejo avançaram 4,1%.
Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo aumentariam 0,2% em agosto.
Os dados de julho foram revisados ligeiramente para cima para mostrarem alta de 0,8% em vez de 0,7%, conforme relatado anteriormente.
Excluindo automóveis, gasolina, materiais de construção e serviços de alimentação, as vendas no varejo subiram 0,3% no mês passado, após aumento de 0,9% em julho, revisado para baixo.
Essa medida, chamada de núcleo das vendas no varejo, corresponde mais precisamente ao componente de gastos do consumidor do Produto Interno Bruto (PIB).
Apesar do aumento moderado de agosto no núcleo das vendas no varejo, o forte aumento em julho provavelmente manterá intactas as expectativas dos economistas para um ritmo saudável de gastos do consumidor ao longo do terceiro trimestre.
Os gastos do consumidor, que representam mais de dois terços da economia, aumentaram a uma taxa anualizada de 4,7% no segundo trimestre, a maior em quatro anos e meio.
Economistas esperam que os gastos dos consumidores desacelerem o crescimento no terceiro trimestre, para uma taxa pouco abaixo de 4,0%, o que seria mais do que suficiente para manter a economia se expandindo em um ritmo moderado ao invés de entrar em recessão, como sinalizado pelos mercados financeiros.
No mês passado, as vendas de automóveis cresceram 1,8%, após subirem 0,1% em julho. As receitas nos postos de conveniência caíram 0,9%, refletindo a gasolina mais barata.
As vendas nas lojas de material de construção e equipamentos de jardinagem avançaram 1,4%, maior taxa desde janeiro.
As vendas no varejo online e por correspondência aumentaram 1,6%, após salto de 1,7% em julho.
As receitas nas lojas que vendem produtos de saúde e cuidados pessoais cresceram 0,7%.
Os norte-americanos também gastaram mais em hobbies, instrumentos musicais e livrarias, com as vendas aumentando em 0,9%.
Mas houve alguns pontos fracos no relatório de vendas no varejo.
As receitas em lojas de roupas caíram 0,9% no mês passado, e as vendas em lojas de eletrônicos e eletrodomésticos permaneceram inalteradas.
As vendas de móveis recuaram 0,5%, e os norte-americanos também reduziram os gastos em restaurantes e bares, com queda de 1,2%, a mais forte desde setembro de 2018.