Washington, 1 jul (EFE).- As turbulências no setor automotivo nos
Estados Unidos seguiram abalando as montadoras durante o mês de
junho, mas os números sobre vendas divulgados hoje apontam que a
demanda se estabilizou, para benefício da Ford.
A companhia, a única das três grandes americanas que não teve que
recorrer à concordata para se manter ativa, foi a que mais vantagens
tirou da situação.
A Ford vendeu durante o mês passado 148.153 veículos, mais que a
Toyota, que ao longo de 2008 a superou em vendas nos Estados Unidos,
e ligeiramente abaixo da GM.
Embora a demanda da Ford tenha sido 11,3% inferior à registrada
durante junho de 2008, a montadora conseguiu superar a tendência do
mercado e deixar muito para trás seus principais concorrentes, que
perderam mais de 30% de suas vendas.
A Ford mostrou satisfação com os resultados de junho.
Jim Farley, vice-presidente do grupo Ford para marketing e
comunicação, disse em comunicado que a empresa "está progredindo de
forma constante e concentrada firmemente no plano para criar uma
Ford sustentável e emocionante".
"No entanto, seguimos com os pés no chão considerando as difíceis
condições do setor e a economia", completou Farley.
Porém, os lucros da Ford são suficientes para que a montadora
tenha decidido aumentar sua produção nos próximos meses frente às
reduções feitas pelas concorrentes.
Ford indicou que no terceiro trimestre produzirá 485 mil
veículos, 25 mil a mais que o anunciado previamente e 16% mais que
no mesmo período de 2008.
Os bons resultados da Ford em junho se basearam na grande demanda
do carro Fusion, que vendeu 18.561 unidades, 26% a mais que há um
ano.
O 4x4 Escape, um dos veículos mais antigos da marca, também teve
números positivos ao vender 15.385 unidades, 1,9% a mais que em
junho de 2008.
Enquanto a Ford aproveita uma relativa bonança, que permitiu que
aumentasse sua fração de mercado em 3% em relação a junho de 2008,
GM e Chrysler seguem com seus problemas.
Desde que declarou concordata em 1º de junho, a General Motors
vendeu 176.517 veículos nos EUA, 33,6% a menos que durante o mesmo
mês do ano passado.
Já o novo Grupo Chrysler, que saiu da quebra em 1º de junho e
está sob controle da italiana Fiat, vendeu 68.297 veículos durante o
mesmo período, 42% menos que há um ano.
A GM disse que os números de vendas a pessoas físicas foram 10%
superiores (13 mil veículos) às do mês de maio deste ano, o que
permitiu assinalar que sua estratégia e novos modelos estão
funcionando.
"Estamos satisfeitos com nosso rendimento entre particulares
durante o mês, o que demonstra a forte atração de nossos produtos
entre os consumidores", afirmou através de um comunicado Mark
LaNeve, vice-presidente da GM na América do Norte para vendas e
marketing.
A Chrysler se expressou em termos similares e atribuiu sua
drástica redução nas vendas à decisão de não produzir veículos para
empresas de aluguel de carros.
A companhia indicou que durante junho não produziu nenhum veículo
para comercializar com locadoras, "o que gerou uma redução das
vendas de frotas de 95%", comparado com o mesmo período do ano
passado.
Mas ao mesmo tempo explicou que as vendas entre pessoas físicas
só caíram 16% e que sua fração de mercado nessa área aumentou 1% em
junho.
"Estamos orgulhosos que nossa nova companhia comece seu primeiro
mês com um aumento da parcela do mercado e mantendo fortes vendas a
pessoas físicas", afirmou Peter Fong, novo presidente e
executivo-chefe do Grupo Chrysler.
Já a Toyota, terceira montadora em número de vendas nos EUA,
informou que a demanda caiu para ela 34,6 %.
A marca japonesa também apontou uma recuperação do mercado ao
assinalar que as vendas do segundo trimestre superaram as do
primeiro quarto do ano. EFE