Governo reduz contenção de gastos de ministérios em R$20,6 bi e vê cumprimento da meta fiscal este ano
Investing.com - A aproximação do fim do ciclo de alta da taxa Selic leva as atenções do mercado para quando as taxas de juros começam a cair. Sob essa premissa, os analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) elevaram, em relatório divulgado nesta terça-feira (13), as ações de B3 (BVMF:B3SA3) e da XP (BVMF:XPBR31) para "overweight", o equivalente a "Compra".
O preço-alvo de cada ação também foi revisado para cima. O preço-alvo dos papéis da B3 subiram de R$ 15,00 para R$ 18,50 por ação, com um potencial de valorização de 29%. Enquanto o dos papéis da XP (NASDAQ:XP) avançaram de US$ 18,00 para US$ 24,00 por ação, potencial de alta de 34%. Além de ventos macroeconômicos favoráveis, a elevação de recomendação e do preço-alvo dos dois papéis são reforçados por uma revisão altista no lucro e valuations convincentes.
Às 12h54, as ações da B3 avançavam 3,48% a R$ 14,86 na B3, enquanto os papéis da XP subiam 2,43% a US$ 18,33 na Nasdaq.
A perspectiva do mercado de juros futuros de que o início dos cortes da taxa Selic se inicie na reunião de novembro deste ano, ao contrário das previsões dos economistas para apenas em 2026, cria um pano de fundo construtivo para B3 e XP, que são duas ações sensíveis à variação da taxa de juros. Porém, há dois riscos apontados pelo Morgan Stanley: uma resposta moderada dos investidores às quedas da taxa Selic devido ao elevado risco fiscal, além de pressões competitivas de corretoras e bolsas e potenciais mudanças regulatórias.
Por que as ações da XP são "Compra"?
Os analistas do Morgan Stanley observam dois efeitos positivos para XP: rotação de carteira e renovada confiança do investidor. A queda da taxa de juros vai provocar um declínio na performance dos ativos de renda fixa, favorecendo o sentimento de apetite ao risco dos investidores em ações, fundos e produtos alternativos, que são o carro-chefe do modelo de negócios da XP. "Isso impulsiona a atividade de investimentos, ativos sob gestão e a taxa de receita", escrevem os analistas do Morgan Stanley, que também veem retomada de crescimento das atividades de Investment Banking da corretora.
As vantagens competitivas da XP também brilham em ambiente de baixa taxa de juros. "A longo prazo, a XP continua a ganhar participação de mercado estruturalmente devido às suas taxas mais baixas, uma gama mais ampla de produtos e um modelo de consultoria diferenciado", diz o Morgan Stanley. Com isso, a previsão do lucro por ação (LPA) da XP foi revisado em 3-5% para cima entre 2025-2027, com a expectativa de um crescimento de 12% em 2025 e de 18% tanto em 2026 como em 2027. "Estamos 3-8% acima do consenso", dizem os analistas.
Além disso, os papéis da XP são negociados a um valuation atrativo, a um Preço/Lucro (P/L) 2026 de 9,8x, abaixo da média histórica de 14,5x quando a taxa Selic esteve em 12% (que é a projeção da taxa de juros para o fim de 2026).
Por que as ações da B3 são "Compra"?
Os analistas do Morgan Stanley também observam benefícios positivos da rotação de carteira da renda fixa para ativos de riscos para B3. Menores taxas de juros geralmente levam a um maior volume de investimentos em ações e em derivativos, elevando diretamente a receita de tarifas da bolsa, além de aumento da atividade de hedging e o potencial de reativação das emissões de dívidas corporativas e aberturas de capital (IPOs). "A alavancagem operacional é uma vantagem crítica: o crescimento do volume aumenta diretamente os lucros, com pouco custo incremental", dizem os analistas do Morgan Stanley.
As estimativas de LPA da B3 foram elevadas entre 9-12% no período 2025-2027, com um crescimento esperado de 18% em 2025, de 17% em 2026 e de 13% em 2027. Além disso, as ações da B3 também negociadas a um valuation atrativo, a um P/L 2026 de 12,8x, abaixo da média histórica de 14,2x quando a taxa Selic esteve em 12%.