SÃO PAULO (Reuters) - O ambientalista, filósofo, poeta e escritor Ailton Krenak foi eleito nesta quinta-feira para ocupar a cadeira número 5 da Academia Brasileira de Letras (ABL), tornando-se o mais novo "imortal" da ABL e o primeiro representante indígena, anunciou a instituição.
Membro da etnia Krenak, Ailton é autor dos títulos "Futuro Ancestral", "A Vida Não É Útil" e "Ideias para Adiar o Fim do Mundo", publicados pela editora Companhia das Letras.
Ele foi eleito com 23 dos 39 votos possíveis e sucederá o historiador José Murilo de Carvalho, falecido em 13 de agosto, aos 83 anos. O indígena concorria com outros 14 candidatos.
"Esta eleição é um marco na ABL, que reafirma o seu compromisso em promover a diversidade e a inclusão na instituição e na literatura brasileira", disse a ABL em nota, acrescentando que a eleição também foi marcada por um número recorde de inscritos.
Ailton Krenak nasceu em 1953, em Itabirinha, no Estado de Minas Gerais, e se mudou para o Paraná aos 17 anos. Ele foi produtor gráfico, jornalista e, na década de 1980, passou a dedicar-se exclusivamente ao movimento indígena, de acordo com a Academia Mineira de Letras, onde também ocupa uma cadeira.
Ele também foi assessor especial do governo de Minas Gerais para assuntos indígenas, entre 2003 e 2010, durante as gestões de Aécio Neves e Antonio Anastasia, segundo a AML.
Na ABL, o patrono da cadeira 5, que Krenak agora ocupará, é Bernardo Guimarães, magistrado, jornalista, professor, romancista, poeta e também mineiro, falecido em 1884.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)