(Reuters) - O vice-presidente Geraldo Alckmin disse nesta quarta-feira que é "natural" que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja candidato à reeleição em 2026, ao mesmo tempo que evitou responder se deve repetir a chapa com Lula vencedora da eleição de 2022.
Em entrevista ao UOL, Alckmin disse que é esperado que, quando há possibilidade de reeleição, o atual ocupante do posto seja o candidato.
"O candidato natural é o presidente Lula. Onde tem reeleição, o candidato natural é o titular. Eu fui três vezes reeleito governador de São Paulo, é natural que o titular seja o candidato", disse.
Alckmin, no entanto, recorreu à sua famosa vertente de contador de histórias para evitar responder se repetirá a dobradinha com Lula, que está com 78 anos, na próxima disputa presidencial.
"Em Pindamonhangaba tinha um cinema, Cine São José e Cine Brasil. No domingo a gente ia no filme e tinha um seriado. Então estava no seriado e aí a mocinha do filme caía no precipício. Aí fechava a tela e dizia: 'volte domingo que vem'", respondeu.
Alckmin, que é filiado ao PSB e apoia a pré-candidatura da deputada federal Tábata Amaral (PSB-SP) à prefeitura de São Paulo na eleição municipal de outubro deste ano, foi indagado sobre a declaração do presidente na terça de que a disputa pelo comando da capital paulista será um embate entre Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula apoia o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), enquanto o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), deve ter o apoio de Bolsonaro.
Ao contrário da fala de Lula, Alckmin fez a avaliação de que os temas locais são mais relevantes em uma disputa municipal do que eventuais apoios de figuras nacionais.
"Eleição municipal é local. Claro que os apoios, ter o aval, ter o apoio de alguém, uma recomendação, ajuda, mas não é o fator decisivo", afirmou.
(Reportagem de Eduardo Simões, em São Paulo)