Por Lisa Richwine
(Reuters) - A atriz Amber Heard foi ao banco das testemunhas pela primeira vez nesta quarta-feira no processo de difamação movido contra ela por seu ex-marido, o ator Johnny Depp, e disse que é doloroso reviver a relação do casal no tribunal.
Na terça-feira, os advogados de Depp encerraram suas argumentações depois de dizerem que Heard caluniou o astro de "Piratas do Caribe" quando ela alegou ter sido vítima de violência doméstica.
"Essa foi a coisa mais dolorosa e difícil pela qual eu já passei", disse Heard no início de seu depoimento.
Mais cedo, uma psicóloga depôs dizendo acreditar que a atriz sofre com transtorno de estresse pós-traumático, por conta dos abusos físicos e sexuais de Depp.
Depp, de 58 anos, está processando Heard, de 36, em 50 milhões de dólares. Heard apresentou um contra processo de 100 milhões de dólares, dizendo que Depp a difamou chamando-a de mentirosa.
Ao longo de quatro dias de depoimento juramentado, Depp afirmou que Heard, a estrela de "Aquaman", era a agressora no relacionamento e uma vez jogou uma garrafa de vodka que cortou a parte superior de seu dedo médio direito.
Heard nega ter ferido o dedo de Depp e disse que só jogou coisas para escapar quando ele estava batendo nela.
No julgamento, os advogados de Heard apresentaram mensagens de texto e gravações de áudio de Depp insultando Heard.
O caso refere-se a um artigo de opinião de dezembro de 2018 no Washington Post. O artigo nunca mencionou Depp pelo nome, mas seu advogado disse aos jurados que estava claro que Heard estava se referindo a ele. O divórcio do casal foi finalizado em 2017, após menos de dois anos de casamento.
Depp, que já esteve entre as maiores estrelas de Hollywood, disse que nunca bateu em Heard ou em qualquer outra mulher, e que as acusações de Heard custaram "tudo". Um novo filme da franquia "Piratas do Caribe" foi suspenso, e Depp foi substituído na franquia "Animais Fantásticos", do universo "Harry Potter".
Os advogados de Heard argumentam que ela diz a verdade e que sua opinião está protegida pela liberdade de expressão, de acordo com a primeira emenda da Constituição norte-americana.
Há menos de dois anos, Depp perdeu um processo por calúnia contra o jornal The Sun, um tablóide britânico que o chamou de "agressor de mulher". Um juiz de uma Alta Corte de Londres decidiu que ele havia agredido Heard repetidas vezes.