Por Ramiro Scandolo
BUENOS AIRES (Reuters) - Um dos jogadores no centro do episódio que levou à suspensão da partida entre Brasil e Argentina pelas eliminatórias para a Copa do Mundo no domingo, o goleiro do Aston Villa Emiliano Martínez lembrou as cenas em São Paulo e o que disse ser o desespero diante da perspectiva de ser obrigado a permanecer em solo brasileiro para cumprir 14 dias de quarentena.
Martínez foi um dos quatro jogadores da liga inglesa que integraram a seleção argentina para o jogo na casa dos arquirrivais.
A partida foi suspensa minutos após ter início quando autoridades da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entraram em campo para impedir os jogadores radicados na Inglaterra de jogarem porque, segundo a agência, não completaram a quarentena de duas semanas exigida ao chegarem a São Paulo.
Martínez disse aos repórteres que nenhum dos jogadores da Argentina no vestiário sabia o que estava acontecido enquanto autoridades debatiam na lateral do campo se o confronto poderia ou não continuar.
"Passamos meia hora esperando para ver se poderíamos recomeçar, mas depois de 40 minutos nos disseram que tínhamos que ir embora", disse ele em Buenos Aires. "Aí bateu aquele desespero se eu teria que ficar com os caras da Inglaterra durante 14 dias. Era tudo muito incerto", disse.
Martínez, assim como Cristian Romero e Giovani Lo Celso, zagueiro e meio-campista do Tottenham Hotspur, estavam no campo da Neo Química Arena como titulares da Argentina para a partida, e Emiliano Buendía, meio-campista do Villa, estava na arquibancada.
"Obviamente surgiram rumores de que os jogadores da Premier League não disputariam o jogo, mas eles nos teriam dito quando chegamos ao Brasil, então não fizemos nenhum alarde sobre cancelar a partida", disse Martínez.
"Era simples, íamos ganhar e nos sentíamos bem", afirmou.