Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - Um apoiador do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) foi retirado pela Polícia Federal neste sábado de feira em Porto Alegre depois de tentar agredir o presidenciável Ciro Gomes (PDT) e sua comitiva, que cumpriam agenda de campanha.
Nota divulgada pelo PDT informava que o bolsonarista tentou atacar Ciro e chegou a agredir fisicamente pessoas da equipe do candidato.
"O homem, apoiador de Bolsonaro, disse estar armado e tentou causar confusão durante a passagem da comitiva de Ciro pelo Acampamento, tradicional evento realizado em Porto Alegre", diz a nota do partido.
A sigla informou que os policiais federais responsáveis pela segurança do candidato retiraram o agressor do local para evitar que algo "mais grave" ocorresse.
"A brigada militar do Rio Grande do Sul registrou ocorrência no local. O homem, identificado como Lisandro Vargas Vila Nova, embora tenha afirmado estar armado, foi revistado e nenhuma arma foi encontrada. A equipe jurídica de Ciro já registrou Boletim de Ocorrência para que o caso seja apurado e as medidas legais contra o agressor sejam cumpridas", informou a nota.
O clima político tem ganhado tons cada vez mais tensos e violentos à medida em que se aproximam as eleições, em 2 de outubro.
Mais cedo, o candidato a deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) informou em publicação no Twitter que ele e a candidata a deputada federal Ediane Maria (PSOL-SP) foram vítimas, na véspera, de ameaças de um bolsonarista que também alegou estar armado.
"Durante uma caminhada de campanha em que estávamos eu e
@EdianeMariaMTST, um homem esbravejou 'Aqui é Bolsonaro', ao recusar o panfleto de nossas mãos. Em seguida, disse estar armado e colocou a mão na cintura, no cabo da arma", publicou Boulos na rede social neste sábado.
"O incidente aconteceu no fim da tarde desta sexta na Rua Marechal Deodoro, no Centro de São Bernardo do Campo. Vamos entrar com uma representação no MP Eleitoral para investigar o caso e buscar a identificação do cidadão. As ameaças bolsonaristas não vão nos intimidar", afirmou o candidato.
Na quinta-feira, um apoiador de Bolsonaro matou um simpatizante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a Polícia Civil, Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, assassinou seu colega de trabalho Benedito Cardoso dos Santos, 42 anos, com golpes de faca. Na delegacia de polícia, o suspeito confessou o crime e foi autuado em flagrante. Ele encontra-se em prisão preventiva.
Processo judicial sobre o caso relata que ambos conversavam sobre política, quando a discussão evoluiu para uma luta física e escalou para o assassinato do petista.
Em outro episódio de tensão, bolsonarista com um ferimento na cabeça disse ter sido agredido por militantes petistas que aguardavam a chegada de Lula a um evento com evangélicos em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, na manhã da sexta-feira.
O apoiador do presidente chegou ao local de carro, com adesivos alusivos a Bolsonaro e ataques a Lula, e afirmou que petistas o atacaram. Iniciou-se uma discussão, e ele foi retirado por agentes que faziam a segurança do evento.
Após o tumulto, um grupo de militantes bolsonaristas chegou ao local entoando palavras de ordem, mas não ocorreram incidentes.
Em julho, em Foz do Iguaçu, no Paraná, o guarda municipal e dirigente local do PT Marcelo Arruda foi assassinado a tiros pelo policial penal federal bolsonarista Jorge Guaranho durante sua festa de aniversário de 50 anos, que tinha o ex-presidente petista como tema. Antes de atirar, Guaranho chegou ao local atacando Lula e o PT, com palavras de ordem pró-Bolsonaro.