BRASÍLIA (Reuters) - Ao discursar em um evento para mulheres, nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro incluiu os Estados Unidos entre aqueles onde a "democracia e a liberdade" estariam se perdendo.
"Devemos fazer as coisas da melhor maneira possível para que não haja desconfiança futura. O Brasil é um dos poucos países do mundo que nós podemos dizer que ainda tem democracia e liberdade. Vários países aí estão perdendo isso daí, como um grande país da América do Norte, que está com problema com os Estados democratas", afirmou o presidente.
Bolsonaro é um defensor do ex-presidente republicano Donald Trump, derrotado pelo democrata Joe Biden em 2021, e chegou a repetir as alegações de fraude nas eleições norte-americanas.
No início de junho, depois de um convite do governo norte-americano para uma bilateral durante a Cúpula das Américas, em Los Angeles --mais para tentar salvar o encontro, esvaziado pela falta de vários presidentes-- Bolsonaro conversou pela primeira vez com Biden.
O encontro foi tratado pelo governo brasileiro como uma mudança de clima na relação entre os dois presidentes, e foi considerado "excepcional" pelo próprio Bolsonaro. O que não impediu, no entanto, Bolsonaro de fazer ataques ao Partido Democrata, considerado de esquerda pelo bolsonarismo.
ELEIÇÕES
Em seu discurso, Bolsonaro evitou ataques diretos ao processo eleitoral ou aos ministros do Supremo Tribunal Federal, como vem fazendo, mas afirmou que o país terá "eleições limpas e transparentes" e ainda falou que o Brasil não tem ditador, sem deixar claro a quem se referia.
"Não temos guerra com ninguém. Não tem ditador no Brasil, não interessa em qual Poder esteja", disse.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu; Edição de Alexandre Caverni)