Investing.com – Em relatório enviado aos clientes e ao mercado nesta terça-feira, 22, o Itaú BBA fez um alerta com perspectivas ainda nebulosas para o Bradesco (BVMF:BBDC4), diante de pressões em sua operação de seguros, que está entre as maiores do país em diversos segmentos. “Seja cauteloso com as ações do Bradesco”, reforça.
A operação de seguros do Bradesco gera cerca de 30% do faturamento do banco, mas os analistas do Itaú BBA enxergam uma série de obstáculos que levariam a dificuldades de crescimento e de margens. “Nossa visão cautelosa sobre as ações do Bradesco e o lucro líquido abaixo do consenso de R$ 23 bilhões para 2024 não está melhorando após esse mergulho profundo em seguros. Concordamos que é provável que haja uma recuperação nos lucros operacionais via assistência médica em 2024, mas também observamos tendências de longo prazo que precisam ser revertidas”, destaca o banco no documento.
Para 2024, Itaú BBA projeta que os resultados operacionais gerais de seguros subam a uma taxa de dois dígitos. No entanto, os resultados financeiros “provavelmente pressionarão os ganhos com seguros a um ritmo alto de um dígito”, aponta o Itaú BBA, que não acredita que o seguro seja um divisor de águas e manteve classificação underperform para os papéis, com preço-alvo de R$15 para as ações preferenciais.
Setores em seguros
Conforme apontam os analistas do banco, os seguros geram cerca de R$7 bilhões de lucro líquido por ano, principalmente em vida e previdência, que concentram 46% do total, juntos. No entanto, essa maior fatia vem apresentando crescimento modesto e perdendo participação no mercado, enquanto os seguros de saúde teriam começado a expandir beneficiários recentemente, com perdas operacionais desde 2021.
“Auto é o ponto positivo, mostrando ganhos de market share e recentes controles de custos, mas ainda não é grande o suficiente para mover a agulha (10% de total). Os rendimentos globais dos seguros não cresceram muito, devido aos obstáculos operacionais”, completa o Itaú BBA, que prevê diminuição nos resultados diante de uma taxa Selic mais baixa.
Às 14h12 (de Brasília), as ações preferenciais do Bradesco subiam 0,27%, a R$15,12.
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