Investing.com – Analistas do banco BTG (BVMF:BPAC11) cortaram o preço-alvo das ações da BrasilAgro (BVMF:AGRO3) de R$43 para R$31 após revisão das estimativas de preços das commodities e novo guidance da companhia, conforme relatório divulgado a clientes e ao mercado. Mesmo assim, o potencial de valorização esperado é de cerca de 20%, o que motiva a recomendação de compra no papel.
A BrasilAgro proporciona bom rendimento de dividendos e oportunidades de crescimento em um setor que segue expansão, segundo o BTG. O banco espera um Ebitda de R$619 milhões no ano que vem.
Após o Dia do Investidor da companhia, a mensagem repassada ao mercado foi de que “ainda existem inúmeras oportunidades em seus negócios de aquisição de terrenos, especialmente porque os preços das commodities caem, e a fortaleza do balanço da BrasilAgro a coloca em boa posição para capitalizá-lo”, apontaram os analistas do BTG.
Política de dividendos
A companhia apresentou a BrasilAgro como uma das poucas empresas que conseguem gerar crescimento ao mesmo tempo em que remuneram os acionistas com proventos atrativos. A escolha da prioridade, no entanto, depende do ciclo.
Os analistas Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Pedro Soares recordam que a empresa realizou uma série de desinvestimentos após a pandemia, diante da alta no preço das commodities. Com venda de oito fazendas entre os anos de 2021 e 2023, o crescimento no período era mais desafiador. Nesta época, a escolha foi por proventos significativos, com yield de 10% em 2022 e 13% em 2023. Nos anos anteriores, o rendimento havia ficado entre 3% e 5%.
A expectativa, com a queda dos preços das commodities, é de que a empresa retorne para o foco no crescimento. Mesmo assim, o BTG espera yield de 11% para este ano, ainda que os próximos possam ser de desaceleração, para entre 7% e 8%.
Um novo ciclo de crescimento deve estar por vir, que demanda investimentos visando a conversão de pastagens em terras agrícolas produtivas.
O ciclo deve ser diferente dos anteriores. Se antes, a empresa optava por ativos de baixo custo e transformações expressivas entre 6 a 7 anos, agora, vai mirar em ativos menores para viabilizar licenças ambientais mais rápidas, assim como os retornos, ainda que seja possível que os rendimentos sejam ligeiramente menores, de acordo com o BTG.
Às 13h30 (de Brasília), as ações da BrasilAgro recuavam 0,97%, a R$25,58.