CIDADE DO MEXICO (Reuters) - Cientistas mexicanos desenvolveram um sistema único de "nanobolhas" usando energia solar para melhorar a qualidade da água nos canais da zona ecológica de Xochimilco, na Cidade do México, uma atração turística popular.
As autoridades da Cidade do México vêm tentando limpar as águas há muito poluídas de Xochimilco, um Patrimônio Mundial da Unesco e uma das poucas áreas da capital que ainda possui redes de canais que datam da época dos astecas.
Uma equipe de pesquisadores do Centro de Pesquisas e Estudos Avançados (Cinvestav) desenvolveu um método que usa a energia solar para acionar uma bomba que envia "nanobolhas" de limpeza para a água.
As bolhas ajudam a oxigenar a água, eliminando poluentes nocivos e reduzindo as emissões de gases de efeito estufa, o que leva a uma flora e fauna mais saudáveis, de acordo com Refugio Rodríguez Vázquez, pesquisador da Cinvestav.
"Nos locais que temos borbulhado, temos visto uma boa proliferação da rã Moctezuma", disse Rodriguez, referindo-se a uma das espécies de anfíbios nativas do México.
Xochimilco é conhecido pelas suas "chinampas", canteiros flutuantes de produtos agrícolas cultivados pelos astecas no século XIV para alimentar a população da cidade pré-hispânica.
O sistema de nanobolhas permite que os agricultores locais "possam trabalhar em suas chinampas e torná-las produtivas por meio de um ambiente e condições mais limpos", disse Rodríguez.
A equipe do Cinvestav disse que o sistema de nanobolhas também está sendo aplicado em duas estações de tratamento de água e poderia ser replicado em outras hidrovias na Cidade do México, onde a qualidade da água é considerada ruim e o abastecimento muitas vezes está à mercê de secas.
Os painéis solares que alimentam a tecnologia de nanobolhas são colocados em cima das famosas "trajineras" de Xochimilco, barcos semelhantes a barcaças que transportam turistas pelos canais. Eles também fornecem eletricidade a bordo.
"Pode trazer-nos mais benefícios, tanto ao turismo nacional como internacional", disse Miguel Poblano Lugo, prestador de serviços da trajinera. "Quem traz o celular e não tem bateria pode recarregá-lo ali mesmo."
(Reuters TV)