Apesar de pressão nas margens, esta ação da B3 escolhida por IA bate o CDI em 2025
Investing.com - O Morgan Stanley (NYSE:MS) divulgou nesta terça-feira (11) um amplo relatório sobre as ações brasileiras de educação. "Tendo uma prova difícil?" foi o título provocativo do documento para apontar os desafios em do setor 2025. "As empresas provavelmente reportarão forte fluxo de caixa livre em 2024, principalmente da recuperação de recebíveis, criando composições difíceis para 2025 em meio à evolução limitada do EBITDA, menos alavancas de capital de giro e aumento das taxas de juros", dizem Mauricio Cepeda, Lucas Nagano e Artur Alves, analistas do banco americano.
Eles também apontam a regulação, a desaceleração nas matrículas no Ensino à Distância (EaD) e as pressões nas margens nas linhas de cima e debaixo do balanço como os principais fatores negativos no ano. Os analistas apresentam, no entanto, como explorar oportunidades relativas em ações de educação sob as águas turbulentas do setor e do mercado.
A novidade do relatório foi a elevação para "Overweight" (equivalente à "Compra") das ações de Cogna (BVMF:COGN3), sob a expectativa de catalisadores de curto prazo no preço, cujo alvo foi atualizado de R$ 1,70 para R$ 2,00 por ação. Além disso, o banco americano manteve as ações de Ser Educacional (BVMF:SEER3) e Cruzeiro do Sul (BVMF:CSED3) em "Overweight", com estimativas de ganhos de margem para ambas as empresas. No entanto, o preço-alvo de Ser foi reduzido de R$ 8,50 para R$ 6,50, enquanto o da Cruzeiro do Sul foi mantido em R$ 4,50.
Apesar do banco apontar a pressão sobre as margens no setor devido às altas de custos, menor crescimento das matrículas e limitados ganhos de escala após a otimização de custos das empresas do setor nos últimos anos, a expectativa é de crescimento dessa variável para Ser e Cruzeiro do Sul por causa de um sólido modelo de negócio em ensino presencial e maturação das vagas em Medicina, que têm um ticket médio maior. "COGN pode ver uma revaliação a partir de expansão de margem no balanço do 4º trimestre, embora a sua exposição a EaD permanece", apontam os analistas sobre Cogna.
Em relação aos outros papéis do setor, o Morgan Stanley classifica Yduqs (BVMF:YDUQ3) e Vitru (BVMF:VTRU3) como "Equalweight" (equivalente à "Neutra") por falta de catalisadores no curto prazo. Apesar de Yduqs reportar uma forte geração de caixa em 2024 com recuperação de inadimplentes e multas por atraso, esse resultado vai gerar uma dura composição para 2025 em meio a uma base estagnada de estudantes matriculados, segundo os analistas.
Já a Vitru, dona das faculdades Uniasselvi e UniCesumar, tem 70% de suas receitas vindas do EaD (cerca de 70%) em meio às incertezas de uma regulação mais exigente, além da desaceleração de matrículas nesta modalidade de ensino. O Ministério da Educação (MEC) informou nesta segunda-feira o adiamento de novas regras para o EaD para o dia 10 de abril. A pasta já sinalizou regras mais restritas à modalidade, com mais atividades presenciais e requerimentos de uma maior infraestrutura, o que vai exigir custos maiores. Há risco do governo em reduzir a permissão de no mínimo 40% do conteúdo online, o que prejudicaria a modalidade híbrida e até as atividades presenciais.
Além de Yduqs, as ações de Ânima (BVMF:ANIM3) também foram classificadas como "Equalweight", com a empresa sob o risco de rebaixamento para "Underweight" (equivalente à "Venda") com baixa nas matrículas no momento e alta alavancagem. Já as ações de Afya, que são negociadas em Wall Street, foi rebaixada para "Underweight" com um risco-retorno desfavorável em meio a múltiplos estressados e perspectivas de longo prazo fraca em relação aos preços das faculdades de Medicina. As vagas de Medicina estão aumentando no mercado, com crescimento médio anual de 11% e perspectiva de aceleração de crescimento para até 39% anual com o programa Mais Médicos 3.