Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O tradicional Réveillon de Copacabana, dessa vez sem atrações musicais devido à pandemia e com uma chuva insistente, reuniu um número menor de pessoas do que em anos anteriores, mas ainda assim houve arrastões, prisões e pelo menos quatro pessoas esfaqueadas.
A celebração com queima de fogos, que foi confirmada pela prefeitura de última hora apesar da pandemia, durou 16 minutos e foi acompanhada por uma trilha sonora que tocava em torres de som espalhadas pela orla da praia carioca.
As autoridades não divulgaram uma estimativa oficial de público, mas era possível ver enormes vazios e clarões na faixa de areia e no calçadão da orla, ao contrário dos anos anteriores à pandemia, quando a região recebia cerca de 2 milhões de pessoas e ficava completamente tomada.
A prefeitura e o governo estadual limitaram o acesso ao bairro e interromperam o serviço de transporte público para reduzir o número de pessoas em Copacabana por preocupação com a disseminação do coronavírus, mas ainda assim houve uma enorme aglomeração. A lotação nos hotéis do bairro se aproximou de 100%.
Momentos antes da festa, o prefeito Eduardo Paes reconheceu que após o Réveillon o Rio deve enfrentar um pico da Covid, mediante a circulação da altamente transmissível variante Ômicron na cidade.
"Faça chuva ou faça sol, com pandemia ou sem pandemia, mantive a tradição de vir“, disse a aposentada Maria Santos, moradora do bairro há mais de 20 anos.
Apesar do público menor, a Guarda Municipal, a Polícia Militar e profissionais de saúde tiveram muito trabalho na virada do ano em Copacabana. Houve registro de muitos arrastões e pelo menos quatro pessoas foram esfaqueadas, de acordo com as autoridades.
A PM informou que ao menos 11 pessoas foram detidas na orla, e a Guarda Municipal efetuou 8 detenções. A polícia estreou no Réveillon de Copacabana o sistema de câmeras de segurança corporais nas fardas dos agentes.
"Foi arrastão direto aqui e as forças de segurança não faziam nada, nem na frente deles. Um absurdo“, reclamou Alberto Caldas, de 70 anos.