Por Jessica Bahia Melo
Investing.com – Com a flexibilização das medidas restritivas da política covid-zero da China, o gigante asiático informou que o crescimento econômico do primeiro trimestre ganhou fôlego, o que analistas avaliam como um possível propulsor nos preços de commodities. No entanto, para isso, esse não foi o “tipo de crescimento certo”, na visão do banco suíço Julius Baer.
O Produto Interno Bruto (PIB) chinês teve alta de 4,5% nos primeiros três meses do ano, na comparação com o mesmo período de 2022, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas. Ainda que a economia chinesa tenha apresentado crescimento forte, superando as expectativas, a reabertura está sendo impulsionada pelo consumo e serviços, com atraso na construção, diante de um setor imobiliário ainda fraco, aponta Carsten Menke, chefe de pesquisa de próxima geração da Julius Baer.
“Deixando para trás a reabertura da China e considerando as perspectivas gerais suaves para o crescimento global este ano, nenhum dos mercados de metais industriais deve sofrer com escassez de oferta de curto prazo”, detalha Menke.
A longo prazo, o banco segue cauteloso com o minério de ferro e possui visão construtiva para o cobre. “O mercado de cobre apresenta o cenário mais favorável devido ao fortalecimento da demanda da transição energética, que está compensando o enfraquecimento da demanda chinesa, ao mesmo tempo em que se beneficia de uma desaceleração no crescimento da oferta de minas a partir de meados desta década”, completa Menke.
Por outro lado, o mercado de minério de ferro apresenta fundamentos considerados fracos pelo chefe de pesquisa, devido à dependência do setor de construção da China, que passa por problemas estruturais, o que leva o banco suíço a estimar mais quedas do que altas nos preços do minério de ferro daqui para frente.
O mercado imobiliário estaria apenas em processo de estabilização, com melhora leve e gradual dos preços das novas casas e vendas de imóveis, aponta Sok Yin Yong, analista de renda fixa da Ásia do Julius Baer.
“A sustentabilidade da recuperação das vendas de casas permanece incerta, já que a confiança dos compradores de casas ainda não foi totalmente restaurada, enquanto as notícias negativas do setor podem diminuir o ânimo e atrapalhar o ímpeto de recuperação”, aponta Yong.
A China estima um crescimento da economia de 5% em 2023.
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