Como proteger o portfólio com as tarifas de Trump?

Publicado 11.07.2025, 18:27
Atualizado 14.07.2025, 06:27
© Reuters

Investing.com - A ameaça de tarifar exportações brasileiras em 50% feita na última quarta-feira (9) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, pegou o mercado financeiro de surpresa. Seja por razões políticas ou econômicas, o Brasil não parecia estar na mira do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, que tem superávit comercial na relação entre os dois países. O valor foi da ordem de US$ 1,7 bilhão a favor dos norte-americanos no primeiro semestre de 2025, por exemplo.

Desde então, representantes da indústria brasileira criticaram a medida de Trump e diversos setores entraram em alerta com a possibilidade de ver os lucros com exportação caindo caso a ameaça se concretize. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ameaçou retaliar com tarifas da mesma magnitude, mas ambas as partes já admitiram a possibilidade de sentar para conversar antes da data-limite imposta pelos EUA em 1º de agosto.

Em momentos de incerteza econômica, montar uma carteira defensiva passa a ser necessidade para quem se aventura no mercado financeiro. O WarrenAI é um consultor financeiro de IA que economiza horas de pesquisa em apenas alguns minutos de análise baseado em prompts pré-elaborados pelo Investing.com ou que podem ser customizados pelo próprio assinante.

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Então perguntamos ao Warren: Após as tarifas de Trump em relação ao Brasil, como construir uma carteira defensiva?

A inteligência artificial não encontrou ações que fossem válidas nos critérios clássicos de defesa, sinalizando um cenário de escassez ou alta nos preços. Isso torna ainda mais relevante diversificar entre classes de ativos para proteger o portfólio.

Diversificação: Mais que Ações

Com ações defensivas brasileiras escassas, o foco recai sobre alternativas de risco controlado.

  • Títulos públicos indexados à inflação (Tesouro IPCA+): Oferecem proteção contra perda do poder de compra e volatilidade cambial.
  • CDBs e LCIs/LCA garantidos: Seguros pelo FGC, são opção para liquidez e preservação de capital.
  • Fundos multimercados conservadores: Podem combinar renda fixa, moedas e proteção internacional com gestão ativa de risco.
  • Fundos imobiliários (FIIs) de tijolo (shoppings, logística): Se bem escolhidos, costumam resistir a choques setoriais e repassar inflação nos aluguéis.
  • Ouro e ativos atrelados a commodities não-agrícolas: Tendem a performar bem em cenários de incerteza global e tensões comerciais.

Mas evite todos os ovos na mesma cesta, indica o WarrenAI. Ao misturar ativos com dinâmicas diferentes (renda fixa, FIIs, ouro), sua carteira pode amortecer choques setoriais ou externos, como as tarifas de Trump.

O que Monitorar Agora

  • Inflação e juros: Mudanças rápidas afetam todos os ativos.
  • Fluxos internacionais: Saída de capital pode pressionar o real e beneficiar ativos dolarizados.
  • Desdobramentos das tarifas e retaliações: Impactam setores específicos e podem abrir janelas táticas.

Quando opções defensivas clássicas sumirem do radar, o segredo está em blindar o portfólio com múltiplos escudos de ativos reais, renda fixa indexada e componentes internacionais. O cenário exige mais criatividade e disciplina, mas a proteção está justamente em não depender de uma única classe.

Critérios clássicos de defesa

Para quem deseja pesquisar por conta própria, os critérios clássicos de defesa para uma carteira defensiva envolvem métricas que priorizam resiliência, geração de caixa e proteção em cenários adversos. Empresas e ativos selecionados precisam mostrar força financeira, previsibilidade e baixo risco operacional. Por isso, os filtros mais usados por analistas incluem indicadores de liquidez, endividamento baixo, margens estáveis e histórico de lucros consistentes.

  • Liquidez Corrente elevada: acima de 2x sugere que a empresa tem folga para honrar obrigações de curto prazo, reduzindo risco de estresse financeiro.
  • Baixo Endividamento (Dívida/Patrimônio): abaixo de 50% para evitar surpresas em ambiente de juros altos ou crise de crédito.
  • Crescimento de Lucro (LPA) Básico positivo: mostra capacidade de crescer mesmo em ciclos difíceis; resultados negativos ou voláteis diminuem a defesa.
  • Margens robustas: Margem Líquida e ROIC elevados indicam eficiência e poder de precificação, essenciais para resistir a choques de demanda/custo.
  • Risco de mercado controlado (Beta abaixo de 1): empresas menos sensíveis ao mercado (beta
  • Histórico de dividendos (Dividend Yield estável): pagamento recorrente de dividendos é sinal de caixa saudável, preferencialmente payout entre 20% e 60%.
  • Receita e lucro crescentes: mesmo modesto, crescimento consistente é melhor que saltos pontuais seguidos de quedas.

Mesmo fora do universo de ações, ativos defensivos seguem lógica parecida:

  • Tesouro IPCA+ e CDBs/LCI/LCA: Segurança do emissor, liquidez e previsibilidade;
  • Fundos imobiliários (FIIs) de tijolo e papel: Preferência por contratos longos, vacância baixa e devedores sólidos;
  • Ouro e câmbio: Proteção contra choques externos.

Dica final do Warren: Carteira defensiva é igual a liquidez, baixo risco, margens robustas e (quando possível) renda passiva confiável. O filtro certo começa sempre pela capacidade de resistir aos piores cenários, não de brilhar nos melhores.

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