Por Hyonhee Shin e Josh Smith
SEUL (Reuters) - Tanto a Coreia do Norte quanto a Coreia do Sul testaram mísseis balísticos nesta quarta-feira, a ação mais recente de uma corrida armamentista que leva os dois países a desenvolverem armas cada vez mais sofisticadas enquanto os esforços para induzir conversas de distensão se mostram infrutíferos.
A Coreia do Sul testou um míssil balístico lançado de submarino (SLBM), tornando-se o primeiro país sem armas nucleares a desenvolver tal sistema.
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, estava acompanhando o teste quando se soube dos lançamentos norte-coreanos, seus primeiros testes com mísseis balísticos desde março.
A Coreia do Norte lançou um par de mísseis balísticos que caíram no mar de seu litoral leste, de acordo com autoridades da Coreia do Sul e do Japão, poucos dias depois de testar um míssil de cruzeiro que se acredita ter capacidade nuclear.
Pyongyang desenvolve seus sistemas de armas continuamente em meio a um impasse nas negociações que buscam o desmantelamento de seu arsenal nuclear e de mísseis balísticos em troca de um alívio das sanções dos Estados Unidos. As negociações, iniciadas entre o ex-presidente norte-americano Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong Un em 2018, estão travadas desde 2019.
"A Coreia do Norte lançou dois mísseis balísticos não identificados da região de sua ilha central rumo ao litoral leste, e autoridades de inteligência da Coreia do Sul e dos Estados Unidos estão realizando analises detalhadas para obter maiores informações", disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) em um comunicado.
Os mísseis foram lançados pouco antes da 0h30, percorrendo 800 quilômetros a uma altitude máxima de 60 quilômetros, relatou o JCS.
O Comando Indo-Pacífico dos militares dos EUA disse que os lançamentos de mísseis da Coreia do Norte não representaram uma ameaça imediata ao seu pessoal, território ou aliados, mas que sublinham o impacto desestabilizador de seu programa de armas.
O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, classificou os lançamentos de "ultrajantes" e os criticou duramente por vê-los como uma ameaça à paz e à segurança da região.
A Coreia do Sul está investindo pesado em uma série de sistemas militares novos, o que inclui mísseis balísticos, submarinos e seu primeiro porta-aviões, mas tem uma política declarada de não-proliferação de armas nucleares e defende uma península coreana desnuclearizada.
(Reportagem adicional de Ritsuko Ando em Tóquio e Emily Chow em Pequim)