Por Sarah N. Lynch
WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos iniciou um novo inquérito sobre as falhas cometidas pelo FBI na investigação de abuso sexual de Larry Nassar, ex-médico da seleção de ginástica que caiu em desgraça, depois de inicialmente se recusar a processar os agentes envolvidos, informou a vice-procuradora-geral Lisa Monaco nesta terça-feira.
"A recém-confirmada procuradora-geral assistente da Divisão Criminal está analisando esta questão atualmente, incluindo novas informações que vieram à luz", disse Monaco ao Comitê Judiciário do Senado nesta terça-feira, acrescentando que não poderia comentar mais.
"De fato quero que o comitê, e sinceramente, quero que os afetados entendam o quão excepcionalmente a sério levamos este assunto."
Em uma audiência emotiva no mês passado, ginastas famosas como Simone Biles e McKayla Maroney depuseram ao comitê do Senado, criticando duramente o FBI por não investigar devidamente os abusos que sofreram sob os cuidados de Nassar.
A audiência resultou de uma investigação contundente do inspetor-geral do Departamento de Justiça, Michael Horowitz, que encontrou erros generalizados e grosseiros que permitiram que Nassar continuasse a abusar de ao menos mais 70 vítimas antes de finalmente ser preso.
Dois ex-agentes do FBI foram destacados no relatório, o ex-agente especial de campo encarregado de Indianápolis W. Jay Abbott e um ex-agente especial de supervisão identificado desde então como Michael Langeman.
Horowitz disse que os agentes esperaram cinco semanas antes de conduzir uma entrevista por telefone com apenas uma vítima --Maroney-- ao mesmo tempo em que fracassaram em entrar em contato com outras vítimas.
Langeman não documentou adequadamente a entrevista de Maroney até mais de um ano depois e, quando o fez, o registro continha declarações falsas ou errôneas e omissões. Ele só recentemente foi demitido do FBI.