Investing.com – Após a repercussão da venda de fatia de 15% na TAG pela Engie Brasil (BVMF:EGIE3) para CDPQ por R$3,1 bilhões, analistas do BTG (BVMF:BPAC11) avaliaram que o desinvestimento parcial eleva a liquidez da companhia de energia. Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o BTG reforça que o principal objetivo do desinvestimento é “aumentar a liquidez para o próximo plano de investimentos da Engie”.
“Embora a empresa tenha encerrado o terceiro trimestre com baixa alavancagem de 2,1x ND/EBITDA, tem aproximadamente R$14 bilhões em compromissos em investimentos/aquisições para os próximos dois anos”, recorda o banco, ao elencar projetos greenfield como Santo Agostinho, parque eólico Assurua e usina Assu Sol e próximo leilão de transmissão, previsto para 24 de março.
Com a venda, a Engie reduz sua participação na subsidiária de 32,5% para 17,5%. A CDPQ aumentará a sua participação de 35% para 50%, com fechamento da transação previsto para 24 de janeiro, a depender de aval de órgãos antitruste.
A transação avaliou a TAG (100%) em R$ 20,8 bilhões em valor patrimonial, considerando ainda a dívida líquida de R$16,7 bilhões, levando a um valor de R$37,5 bilhões. De acordo com os analistas Joao Pimentel, Gisele Gushiken e Maria Resende, o valor patrimonial de R$3,1 bilhões para a participação vendida pela Engie Brasil seria ligeiramente superior às projeções de R$2,96 bilhões, levando a uma avaliação neutra sobre o valuation.
Os analistas destacam que a administração acredita no papel de transição energética do gás, mas possui foco atualmente em geração e transmissão. “A empresa não descarta a venda de participação remanescente na TAG em condições favoráveis de mercado”, concluem.
O BTG possui recomendação neutra, com preço-alvo de R$44 para as ações.
Às 10h50 (de Brasília), as ações da Engie Brasil recuavam 0,07%, a R$44,49.