Por Alexandra Valencia e Julia Symmes Cobb
QUITO (Reuters) - Os equatorianos vão às urnas neste domingo para escolher um novo presidente e parlamentares, em uma eleição que esperam que tire o país de uma espiral de violência e problemas econômicos, após uma campanha marcada por derramamento de sangue.
Os candidatos prometeram combater o forte aumento da criminalidade, que o atual governo atribui ao tráfico de drogas, e melhorar a economia em dificuldades, cujos problemas causaram um aumento no desemprego e na migração.
A segurança ocupa o centro das atenções na disputa desde o assassinato, em 9 de agosto, do candidato anticorrupção Fernando Villavicencio, ex-jornalista investigativo e parlamentar, baleado enquanto saía de um evento de campanha.
Seis suspeitos -- policiais colombianos que dizem pertencer a facções criminosas -- estão detidos pelo assassinato. Outro suspeito morreu devido aos ferimentos sofridos no tiroteio.
Outros candidatos relataram ataques contra eles, embora em vários casos a polícia tenha dito que a violência não foi dirigida aos próprios candidatos.
"Me envergonha muito que o país esteja seguindo esse caminho e se deteriorando por causa de maus governos", declarou Monica Barba, 47, que disse esperar que o partido do ex-presidente Rafael Correa vença.
Luisa González, protegida de Correa, liderou as pesquisas antes do assassinato de Villavicencio com cerca de 30% das intenções de voto.
Ela prometeu liberar 2,5 bilhões de dólares das reservas internacionais para fortalecer a economia do Equador, além de trazer de volta os programas sociais implementados por Correa -- que já foi condenado por corrupção -- durante sua década no poder.
O candidato pró-mercado Otto Sonnenholzner endureceu seu discurso desde o assassinato de Villavicencio, prometendo repetidamente que criminosos que usam violência serão baleados pela polícia em seu governo.
O candidato da lei e da ordem, Jan Topic, que diz ser membro da Legião Estrangeira Francesa, prometeu resolver primeiro os problemas de segurança, enquanto Daniel Noboa, filho do proeminente empresário bananeiro e ex-candidato Alvaro Noboa, centrou sua campanha na criação de empregos.
O candidato ambientalista indígena Yaku Perez disse que revisaria as concessões de mineração que não cumprem as regras ambientais e sociais e pediria aos credores espaço para respirar.
Christian Zurita, que substituiu Villavicencio, prometeu equipar melhor a polícia e consagrar protocolos de inteligência para combater o crime, usando empréstimos internacionais para fortalecer programas sociais.
O nome e a foto de Villavicencio constarão das cédulas, que foram impressas antes de seu assassinato.
O eleitorado de 13 milhões também escolherá 137 membros da assembléia nacional. O voto é obrigatório para aqueles entre 18 e 65 anos e as autoridades disseram que 100.000 policiais e militares protegerão os locais de votação.
Um candidato precisa de 50% dos votos, ou 40% se estiver 10 pontos à frente de seu rival mais próximo, para vencer no primeiro turno. Caso contrário, um segundo turno será realizado em 15 de outubro.