Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - As empresas de saúde no Brasil estão se movimentando para diversificar receitas, após um longo período com atenções voltadas à pandemia de covid-19. Setor econômico extremamente resiliente, mesmo em cenários econômicos adversos, possui previsibilidade de receita diante do aumento da expectativa de vida da população.
E nesse cenário, o Grupo Fleury SA (SA:FLRY3) volta o foco a aquisições e criação de joint venture. Em conjunto com suas controladas, a empresa presta serviços médicos nas áreas de diagnóstico, tratamento, análises clínicas, gestão de saúde, entre outros. O grupo anunciou firmou um acordo de joint venture com a Atlântica Hospitais, subsidiária do Bradesco (SA:BBDC4), que também detém 30% do Fleury, e a Beneficência Portuguesa para atuar de forma conjunta no segmento de oncologia. Esse anúncio veio após cobranças para movimentos mais ousados de expansão orgânica, competindo fora do mercado principal de diagnósticos médicos.
Nos últimos anos, o Fleury já tinha começado a diversificar os negócios, com aquisições em infusão de medicamentos, com a Saha e o Centro de Infusões Pacaembu (CIP).
As ações estavam cotadas em R$14 reais no dia 19 de maio. Mas, em um ano, já tiveram queda de mais de 40%, chegando a uma máxima de R$26 reais.
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Último balanço
No primeiro trimestre deste ano, o grupo reportou um lucro líquido de R$ 110,4 milhões, queda de 6,9% na comparação com o mesmo período de 2021, mas com crescimento de receita líquida em 22% na mesma comparação.
A companhia afirmou buscar o crescimento de receita tanto de forma orgânica quanto via aquisições e parcerias.
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Bull case, tese de alta
Rafael Barros, analista da XP (SA:XPBR31), acredita que entre os pontos positivos da empresa, está a grande eficiência grande na execução dos serviços. Túlio Nunes, especialista em finanças na Toro Investimentos, afirma que a companhia vem reforçando os investimentos em tecnologia e transformação digital, o que "eleva o nível dos serviços", segundo ele.
Em relatório, o BTG (SA:BPAC11) destacou que as linhas de negócios do Fleury não estavam diretamente envolvidas com a oncologia, o que traz incertezas para o futuro. Mas a empresa já conquistava parte desses pacientes ao liderar o mercado de diagnóstico de São Paulo no segmento de alta renda.
Bear case: tese de baixa
De acordo com o analista da XP, ainda faltam maiores indicações de crescimento orgânico da companhia. "A maneira como o negócio principal, de laboratório de diagnóstico, está posicionado na cadeia de valor de saúde dificulta a posisbilidade de ganhar muita receita, seja por abertura de novas lojas ou pelo aumento da utilização das unidades que eles já possuem", pondera.
Ouça o podcast e confira as recomendações da XP, da Toro, BTG e análise do Investing PRO.
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