Por Senad Karaahmetovic
Investing.com - O estrategista do Goldman Sachs, Christian Mueller-Glissmann, compartilhou suas perspectivas para as ações no segundo semestre, após o S&P 500 se desvalorizar mais de 20% no primeiro semestre do ano.
O estrategista disse aos clientes que a posição do Goldman Sachs (NYSE:GS) continua “relativamente defensiva”, fazendo-o atribuir uma classificação underweight (abaixo da média) para crédito, neutra para títulos e ações e overweight (acima da média) para commodities e caixa.
“Até que haja uma melhora no mix crescimento/inflação, o mais provável é que os mercados continuem voláteis, com os investidores oscilando entre o sentimento de frustração com a inflação e obsessão pela recessão. Buscamos oportunidades para adicionar risco para 12 meses. Embora a probabilidade de uma recessão tenha aumentado, nossa expectativa é que não seja profunda ou prolongada”, ressaltou Mueller-Glissmann em nota aos clientes.
O estrategista afirma que ainda não viu a “capitalização completa” de todos os indicadores, apesar do fato de que o posicionamento e o sentimento estejam bastante baixistas.
Além disso, Mueller-Glissmann considera que há um risco elevado de queda nas ações no curto prazo, na medida em que as “ações estão precificando apenas uma recessão leve”. Ele lembrou aos clientes que “grande parte da redefinição dos valuations até agora no ano deveu-se a taxas mais altas de inflação/juros”.
“A menos que as taxas dos títulos comecem a recuar, amenizando os prêmios de risco nas ações por conta dos temores de recessão, os valuations dos papéis podem cair ainda mais. Além disso, as revisões de resultados devem mudar para o negativo no segundo semestre”.
Em relação ao momento adequado de comprar ações, o estrategista do Goldman Sachs acredita que um pico na inflação possa desacelerar o aperto dos bancos centrais. No entanto, as ações só subiriam nesse cenário se uma recessão fosse evitada.