Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flavio Dino, anunciou nesta segunda-feira a liberação de 43 milhões de reais adicionais para a segurança pública na Bahia, o que leva para 168 milhões de reais o volume de recursos federais destinados à segurança baiana em meio à onda de violência no Estado.
A violência na Bahia, Estado governado por Jerônimo Rodrigues (PT), tem sido marcada por episódios de tiroteios em várias regiões do Estado e o número de mortos em confrontos com a polícia somou pelo menos 68 em setembro.
"Estamos ampliando recursos (para a segurança da Bahia", disse Dino em entrevista a jornalistas em Brasília.
Segundo o ministro, a Bahia já tinha 39 milhões de reais deste ano previstos no Fundo Nacional de Segurança Pública e 86 milhões de anos anteriores do fundo. A soma será ampliada com mais 20 milhões para custeio de equipamentos, incluindo viaturas, e 23 milhões relativos à execução da "Operação Paz", voltada ao combate a homicídios.
"De recurso federal, nós estamos neste momento com 168 milhões (de reais) alocados na Bahia para apoiar o governo do Estado da Bahia", acrescentou durante a coletiva de lançamento do Programa Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas.
Os recursos liberados para a Bahia fazem parte de um programa mais amplo de combate à violência, o Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc), que foi lançado por Dino nesta segunda-feira. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, serão investidos no total 900 milhões de reais até 2026 para ações em diversos Estados, com destaque para a Amazônia.
Dino disse ainda que, além dos recursos para a Bahia, o governo federal está ampliando em 109 os policiais de forças federais no Estado - entre policiais federais, policiais rodoviários federais e integrantes do Comando de Operações Táticas (COT) da PF -, além do deslocamento para a Bahia de cinco blindados e um helicóptero.
Também haverá apoio federal em ações no sistema penitenciário baiano, como por exemplo na retirada de celulares, envio de equipamentos e liberação de recursos do Fundo Penitenciário para adaptação de cadeias para o isolamento de lideranças criminosas, além de reforço em ações de inteligência, disse o ministro.
Dino afirmou que "não há limite" para o apoio do governo federal para a Bahia. "Se for preciso a gente botar 200 (milhões de reais), a gente bota 200, 300, 400, 500. Agora, sempre em regime cooperativo com os Estados", assegurou o ministro.