Por Gabriel Codas
Investing.com - Na parte final da tarde de ontem, a Guide Investimentos anunciou a atualização de sua carteira de ações para o período entre os dias 10 e 14 de fevereiro. Para a semana, a corretora optou por realizar quatro trocas, com as entradas de Cosan, Itaú Unibanco, Neoenergia e Porto Seguro, nos lugares de Helbor, Hapvida, JBS e Vale,
A carteira semanal encerrou a última semana em queda de 2,25%, abaixo do seu índice de referência Ibovespa, que cedeu 0,01%. Centauro, com ganhos de 10,73% foi o destaque positivo, com Helbor, cedendo 8,88%, o negativo.
As bolsas globais apresentaram um desempenho negativo na semana, impactadas novamente pela disseminação do novo coronavírus, decorrente de questionamentos sobre a qualidade das informações vinda dos país asiáticos. Por aqui, o índice local acompanhou a tendência das bolsas internacionais e terminou em queda, com a perspectiva de menor crescimento em meio a desaceleração chinesa.
Visão dos analistas
“Optamos por retirar Hapvida do nosso portfólio nessa semana para posicionarmos em ativos mais diversificados e com beta menor. Seguimos com uma visão positiva para Hapvida. A companhia segue seu processo de crescimento via aquisições e maior penetração nas regiões Sul e Sudeste do país.
Acreditamos que os resultados de 2020, possam continuar com uma boa performance, em função (i) crescimento do mercado em função do envelhecimento da população; (ii) inflação médica crescendo a patamares mais elevados; (iii) controle da sinistralidade em função da verticalidade das operações; (iv) integração dos resultados da São Francisco – maior aquisição realizada pela companhia.
Acreditamos que num cenário de mais aversão ao risco, Cosan tende a ser um ativo com melhor performance dada a sua diversificação de segmentos e cenário positivo para seus business. O papel deve ter um ano bem positivo devido a: (i) papel com grande desconto comparado a suas controladas (ii) cenário muito positivo no negócio de açúcar e etanol (Raízen Energia), com demanda aquecendo e diferença para preço da gasolina ainda abaixo do valor de equilíbrio, podendo ser um impulsionador também para preço; (iii) operação de gás (Comgas) com ótima performance recente, projeção de ano bem positivo e pagando alto dividend yield; (iv) Possibilidade de crescimento inorgânico em todas as divisões através de fusões e aquisições; (v) Possibilidade da entrada no negócio de refino de petróleo.
Sobre Helbor, optamos em fazer uma mudança de perfil para essa semana, focando em ativos com menor exposição aos riscos de mercado e com betas inferiores. Seguimos positivos em relação ao papel, por conta de: (i) redução do endividamento com a recente captação via follow-on ; (ii) redução de estoque via captação em mercado de capitais (CRI); (iii) perspectiva de aceleração nos lançamentos para 2020; (iv) landbank robusto e posicionado estrategicamente para a realização de lançamentos.
O Itaú segue em constante crescimento, e melhorando cada vez mais sua atratividade para dividendos. Olhando para frente, alguns triggers que sustentam nossa recomendação: (i) com retomada gradual da economia local, o custo de financiamento deve recuar, impulsionando a demanda por crédito, e a inadimplência também tende a arrefecer; (ii) menor margem financeira devido à menor taxa de juros deve compensar o resultado antes de impostos com a redução nas despesas de PDD; (iii) guidance que indica ainda um crescimento (embora moderado) da carteira de crédito - algo quente a impulsionar o lucro líquido, mantendo o ROE acima de 20%; e (iv) nova política de dividendos que aumenta a atratividade dos papéis ITUB4.
Já sobre JBS, nessa semana, acreditamos fazer mais sentido retirar ativos que possuem mais exposição ao mercado internacional, especialmente a China, dado o movimento de aversão ao risco que o mercado tem apresentado.
Entretanto, seguimos positivos com JBS. A empresa vem apresentando bons resultados e possui potencial de valorização no curto prazo, tendo em vista o cenário global com escassez de proteína animal em razão da epidemia de peste suína africana na China e elevação de preços como resposta aos altos preços do milho. Esperamos que uma normalização no risco envolvendo a propagação do novo corona vírus no curto prazo possa impactar positivamente as ações da JBS.
A inclusão de Neoenergia, nesse momento, tem como objetivo aumentar a exposição à ativos doméstico e de beta baixo, reduzindo os riscos relacionados a preocupação de crescimento global que atinge o mercado nessa altura. Sustentamos nossa recomendação: (i) valuation atrativo (BF P/L de 11,5x em 12 meses vs 16,8x do setor e BF P/VC de 1,4x em 12 meses vs 2,5x do setor); (ii) gestão operacional eficiente; (iii) modelo de negócio com previsibilidade de receitas; (iv) boa disciplina de capital aliado à um histórico de desembolso em investimentos com perspectiva de alto retorno; além da (v) projeção de entrada em novos projetos.
Por fim, optamos em retirar as ações da Vale nessa semana, com o objetivo em reduzir exposição ao mercado chinês em meio ao sentimento de aversão ao risco de menor crescimento do país asiático. Seguimos com uma visão construtiva para a VALE.
Composição: Centuaro, Cosan, Itaú Unibanco, Neoenergia e Porto Seguro.