Por Leonardo Benessatto e Jake Spring
PORTO VELHO (Reuters) - Os incêndios na Amazônia brasileira caíram quase pela metade no mês de setembro, se comparados com um ano atrás, mostraram dados do governo nesta quinta-feira, com mais chuvas e iniciativas de fiscalização ajudando a diminuir a destruição da floresta.
Uma testemunha da Reuters em Rondônia observou apenas dois incêndios ao sobrevoar uma região por 40 minutos. A visibilidade era boa, um forte contraste em relação ao cenário de fumaça que cobria a região no auge da temporada de incêndios em 2019 e 2020.
A temporada de fogo menos intenso na região vem após uma grande alta no número de incêndios em 2019 e 2020, que levaram a um clamor internacional de que o presidente Jair Bolsonaro não faz o suficiente para proteger a maior floresta tropical do planeta.
Os satélites registraram 16.747 focos de incêndios nos primeiros 29 dias de setembro, em comparação com 32.174 no mês inteiro em 2020, de acordo com dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
"As chuvas ajudaram muito, e em algumas áreas específicas a ação das agências ambientais foi muito relevante", disse Alberto Setzer, um pesquisador sênior especializado em estatísticas de incêndios no Inpe.
"Milhares de multas foram emitidas por desmatamento ilegal e incêndios na Amazônia".
A Amazônia viu uma taxa de precipitação mais significativa no período entre 24 e 28 de setembro, de acordo com um boletim compilado por várias agências governamentais e consultado pela Reuters. Há previsão de chuvas substanciais até o dia 6 de outubro para todo o país.
Ações integradas do governo para impedir os incêndios também têm sido essenciais para reduzir os prejuízos, disse o coronel Luis Antônio Ferreira Marques Ramos, um assessor do vice-presidente Hamilton Mourão.
Mourão tem supervisionado políticas para a Amazônia há quase dois anos e iniciativas coordenadas entre o Exército, as agências ambientais, a polícia e outros órgãos governamentais envolvidos no combate a incêndios e desmatamento.
(Reportagem de Leonardo Benessatto em Porto Velho e Jake Spring em Brasília)