Por Steve Keating
TÓQUIO (Reuters) - Daiki Hashimoto manteve o domínio japonês sobre a ginástica artística masculina com uma atuação de tirar o fôlego, nesta quarta-feira, na final do individual geral, levando as poucas pessoas que puderam assistir dentro da arena Ariake à loucura e provocando um protesto de uma amargurada China.
Com o "rei" Kohei Uchimura, campeão olímpico do individual geral em 2012 e 2016, optando por não defender seu título em Tóquio, coube a seu aparente herdeiro Hashimoto manter o país anfitrião dos Jogos Olímpicos no lugar mais alto do pódio.
O jovem de 19 anos não decepcionou, conquistando um total de 88,465 pontos e deixando o chinês Xiao Ruoteng, campeão mundial de 2017, em segundo lugar por uma diferença de apenas 0,400 ponto.
O russo Nikita Nagornyy, atual campeão mundial, ficou com o bronze. Os brasileiros Caio Souza e Diogo Soares terminaram na 17ª e 20ª posições, respectivamente.
"Se sou o herdeiro dele (Uchimura)? Bem, precisamos pegar o que Uchimura nos deu, melhorar e levar a ginástica japonesa ainda mais longe", sorriu Hashimoto. "Estou muito feliz por tê-lo seguido na conquista do individual geral."
Indo para a rotação final com Xiao na liderança e todos os candidatos a medalhas terminando na barra fixa, o ouro parecia estar voltando para a China pela primeira vez desde os Jogos de Pequim 2008.
No entanto, Hashimoto, o último homem a competir, produziu uma rotina espetacular que lhe rendeu a marca de 14,933, o suficiente para ultrapassar Xiao e conquistar o primeiro lugar do pódio.
"Não sinto pressão, sinto tensão", disse Hashimoto. "No final, eu estava tentando me superar. Eu peguei minha tensão e tentei aproveitar meu desempenho final."
Enquanto Hashimoto se preparava para fazer sua apresentação final, a China entrou com um recurso para questionar a nota 14,066 de Xiao, que eles consideraram muito baixa. Poucos minutos depois, foi anunciado que o pedido havia sido rejeitado e o placar estava inalterado.
Para piorar a situação para os chineses, o ouro levou o Japão a ultrapassar a China no quadro de medalhas da Tóquio 2020.