Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva determinou que as relações diplomáticas do Brasil com a Venezuela sejam retomadas a partir de primeiro de janeiro de 2023, quando tomará posse no Palácio do Planalto, disse nesta quarta-feira o embaixador Mauro Vieira, indicado para ser o chanceler do novo governo.
As relações diplomáticas foram rompidas pelo atual governo, do presidente Jair Bolsonaro, em 2020. Mesmo antes disso, em março de 2019, Bolsonaro assinou um decreto proibindo a entrada do alto escalão do governo de Nicolás Maduro --incluindo o presidente venezuelano-- no Brasil.
Segundo Vieira, já nos primeiros dias de janeiro o Itamaraty irá enviar a Caracas um encarregado de negócios para retomar a posse dos prédios da embaixada e da residência oficial do Brasil no país, e em seguida será indicado um embaixador. A nomeação de embaixadores precisa ser aprovada pelo Congresso.
Ao ser questionado se o próximo governo irá rever o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente autodeclarado da Venezuela, o embaixador deixou claro que a embaixada é acreditada "junto ao governo eleito" - ou seja, o governo de Maduro.
A embaixadora de Guaidó no Brasil, María Teresa Belandria -- que foi reconhecida por Bolsonaro como representante da Venezuela no Brasil, já se prepara para deixar o Brasil.
O gabinete de transição ainda tenta a liberação da entrada de Maduro no Brasil para a posse de Lula. Apesar de não haver relações diplomáticas no momento, o presidente eleito instruiu seus assessores para convidar o venezuelano.
No entanto, apesar das gestões feitas junto ao governo Bolsonaro para liberar a entrada de Maduro, os pedidos não tiveram sucesso.