Por Lisandra Paraguassu
SÃO PAULO (Reuters) - O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou nesta segunda-feira que existe um consenso na aliança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de apoio à reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à Presidência do Senado em 2023.
"No Senado acho que temos de apoiar a reeleição do presidente Pacheco, é a nossa tarefa, tem uma conformação em torno disso", disse Randolfe.
Pacheco se manteve neutro durante as eleições, mas já houve conversas de bastidores com a equipe de Lula, além de uma vontade do presidente eleito de atrair em definitivo o PSD para sua base de apoio.
A avaliação na equipe do presidente eleito é que Pacheco cumpriu um papel importante no Senado ao segurar pautas complicadas propostas pelo governo Bolsonaro ou vindas da Câmara.
Pacheco falou com Lula para cumprimentá-lo na manhã desta segunda.
"Há pouco, liguei para o presidente Lula, eleito neste domingo. Dei a ele os meus parabéns pela vitória e disse também que encontrará no Senado toda a colaboração, com a devida interlocução democrática, para resolvermos os reais e urgentes problemas enfrentados pelos brasileiros", escreveu em sua conta no Twitter.
A eleição para a presidência das duas Casas acontece no próximo mês de fevereiro, mas em relação à Câmara Randolfe admite que a situação é mais complicada.
Ligado a Bolsonaro --para quem fez campanha no primeiro turno-- o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), reconheceu rapidamente o resultado e a lisura das eleições, o que foi considerado um gesto positivo pela equipe de Lula. Parlamentares ligados ao presidente inclusive fizeram já contato com Lira para agradecer.
Ainda assim, Lira não seria o nome preferido, por ter uma ligação muito próxima com o atual governo. No entanto, o atual presidente da Câmara tem apoio grande dentro da Casa, especialmente pela distribuição das emendas do orçamento secreto.
"Temos que conversa, inclusive sobre orçamento. Com esse que está aí não tem como a gente governar", disse Randolfe.
Governo
Randolfe defende também que Lula chame para compor o governo, além dos partidos que o apoiaram durante a eleição --os 10 originais do primeiro turno, mais PDT e MDB no segundo--, PSDB e Cidadania.
"Acho que o presidente concorda", disse Randolfe, lembrando que mesmo nomes mais resistentes, como o senador Alessandro Vieira (Cidadania), defenderam voto em Lula no segundo turno.