Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, no lançamento do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que ele e seus ministros deverão "viajar o mundo" para atrair investimentos a fim de financiar todas as obras de infraestrutura previstas no programa.
Em discurso durante a cerimônia no Rio de Janeiro, Lula disse que a concretização dos projetos do Novo PAC exigirão encontros com líderes do mundo inteiro, desde o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, até o presidente da China, Xi Jinping, entre outros países interessados em investir no Brasil.
"Vamos ter que viajar o mundo agora, com todos esses projetos embaixo do braço, tentando vender esses projetos... Tem muita gente querendo investir no Brasil", disse Lula.
O Novo PAC terá investimentos de 1,7 trilhão de reais, considerando recursos da União, de estatais e do setor privado, com previsão de aplicação de mais de 1,3 trilhão de reais até 2026 e um incentivo às parcerias público-privadas.
O presidente, no entanto, afirmou que o programa é flexível e pode ter seu valor elevado para mais de 2 trilhões de reais caso sejam apresentados novos projetos que atraiam interesse de investidores.
"Se tiver novos projetos e alguém tiver disposto a ajudar, esse 1 trilhão e 700 pode crescer para 2 trilhões ou mais, porque não vai faltar disposição de trabalho", afirmou.
O plano, que inclui áreas como saúde, infraestrutura, saneamento, transição energética e defesa, engloba muitos projetos parados há anos e outros que já estavam previstos anteriormente.
No total, os investimentos da União serão de 371 bilhões de reais. Outros 343 bilhões virão de estatais, enquanto 362 bilhões serão de financiamentos. Por fim, 612 bilhões virão do setor privado.
No evento, Lula pontuou que o anúncio do programa representa o início de seu terceiro mandato e destacou que, nos últimos meses, sua equipe vinha atuando para arrumar o que tinha "desandado" no país com o governo anterior.
"Hoje começa o meu governo. Até agora, o que nós fizemos foi reparar aquilo que tinha desandado... O PAC é o começo do nosso terceiro mandato, porque, a partir do PAC, ministro vai parar de ter ideia e vai ter que cumprir o que foi aprovado aqui", disse.
Ele também disse que enxerga o programa como uma oportunidade para transformar o país na "grande potência sustentável do planeta" e que não é mais possível promover desenvolvimento econômico sem considerar a questão ambiental e climática.
"Não há como pensar em qualquer forma de crescimento econômico que não seja de forma verde e sustentável... Aproveitaremos esta, que talvez seja a maior oportunidade histórica de nossa geração, para nos tornarmos a grande potência sustentável do planeta."
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro; reportagem adicional de Fernando Cardoso, em São Paulo)