Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Em reunião da sua coordenação política, na manhã desta segunda-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) previu uma piora do quadro de violência política nos próximos meses e pediu que as pessoas não se intimidem, mas tomem cuidado.
"Lula nos disse para não responder com violência, mas que não podemos ficar atemorizados", afirmou o presidente da UGT, Ricardo Patah, um dos presentes à reunião, que teve a violência política como um dos temas centrais depois do assassinato do petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho este final de semana, em Foz do Iguaçu (PR).
Na terça-feira, os partidos que compõe até agora o grupo de apoio a Lula --PT, PCdoB, PSB, PSOL, PV, Rede e Solidariedade-- terão um encontro com o procurador-geral da República, Augusto Aras, em que vão pedir a federalização da investigação do assassinato de Arruda.
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffman, afirma que o pedido não é por desconfiança em relação à polícia do Paraná, mas pela importância do caso.
"Não pode ser tratada como uma briga de vizinhos que acabe em tragédia. Há um fato político que motivou isso e não é um fato isolado", afirmou.
A tendência, no entanto, é a PGR ignorar o pedido. Aras já declarou que não vê razões para federalizar o caso, mas indicará um procurar federal para acompanhar as investigações.
Os partidos também irão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedir providências contra a violência política e levar um dossiê sobre os casos de ataques ocorridos até agora. O PT quer uma campanha do tribunal contra a violência e também protocolos sobre como as campanhas devem agir --por exemplo, a proibição de grupos de um partido cercar outros ou invadir atos de campanha.
"Vamos continuar firme na campanha. Nossa segurança maior é colocar o povo na rua, mas a institucionalidade brasileira precisa tomar medidas", disse Gleisi.
Perguntada sobre a segurança do ex-presidente, Gleisi afirmou que todas as medidas necessárias já foram tomadas, mas não deu detalhes.