(Reuters) - O candidato presidencial argentino Javier Milei roubou a cena na sexta-feira à noite, quando sua presença na casa de ópera mais prestigiada da Argentina provocou uma acalorada discussão pouco antes de uma eleição polarizada que termina no domingo.
Milei, um libertário radical cujo conservadorismo social e promessas de cortes nos gastos do governo inspiraram tanto desprezo quanto admiração, assistiu a uma apresentação de Madame Butterfly com sua namorada no ornamentado Teatro Colón em Buenos Aires.
Não demorou muito para que opositores protestassem e apoiadores aplaudissem em sua defesa, enquanto a famosa acústica do teatro amplificava as vaias e aplausos inflamados.
No domingo, os argentinos escolherão entre o candidato de direita Milei e o atual ministro da Economia de centro-esquerda, Sergio Massa, em uma acirrada disputa que tem alimentado tensões políticas no meio da pior crise econômica do país em mais de duas décadas.
"Você é a ditadura", gritaram alguns membros da plateia, chamando Milei de "lixo".
Os críticos acusam Milei de minimizar atrocidades durante a brutal ditadura do país de 1976 a 1983. O companheiro de chapa de Milei defendeu oficiais militares condenados por crimes contra a humanidade.
Os insultos provocaram aplausos em defesa de Milei, com vídeos do incidente se espalhando pelas redes sociais.
O diretor do teatro, Jorge Telerman, escreveu no X, antigo Twitter, que condenava as "expressões de intolerância" dirigidas a Milei.
O candidato presidencial fez piada com a confusão no teatro no X. "Que bela obra Madame Butterfly", escreveu.
(Reportagem de Brendan O'Boyle)