Calendário Econômico: Guerra tarifária, Super Quarta, PIB dos EUA e payroll
Investing.com – A Moura Dubeux (BVMF:MDNE3) é uma das estrelas da B3 em 2025. As ações da construtora de média e alta renda com operações na região Nordeste estão com um avanço acumulado de quase 100% no ano. Um dos gatilhos para essa guinada de alta foi o forte lucro líquido de R$ 70 milhões no primeiro trimestre de 2025, 16% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado e acima da expectativa do mercado de R$ 64,5 milhões.
Os analistas do Bradesco BBI e da XP Investimentos (BVMF:XPBR31) veem espaço para mais altas sustentadas das ações da Moura Dubeux. Após encontro com a diretoria da construtora na semana passada, as duas instituições divulgaram relatórios a clientes elevando as estimativas financeiras e os preços-alvos para os papéis da construtora, citando o sucesso do modelo de negócios de condomínio e a expansão para segmentos de renda média e baixa através das marcas Mood e Única.
O Bradesco BBI elevou o preço-alvo da ação da Moura Dubeux para R$ 31, sob recomendação “Outperform” (equivalente à Compra). Já a XP elevou o preço-alvo do papel da construtora para R$ 26, mantendo a recomendação de Compra.
As ações da Moura Dubeaux fecharam em alta de 4,74% a R$ 21,64 nesta segunda-feira. Os analistas do Bradesco BBI calculam que os papéis das construtoras são negociados a um preço sobre lucro (P/L) 4,9x para 2025 e 4x para 2026, contra 7,3x sobre o preço-alvo estimado pelo banco. Já os analistas da XP calculam que as ações da construtora são negociadas a 4x P/L 2026, enquanto seu preço-alvo estima um alvo P/L 2026 a 5,3x
“A gerência busca R$ 4 bilhões de vendas por ano em lançamentos nos próximos 2-3 anos, significativamente acima das expectativas atuais de mercado”, apontou o Bradesco BBI, que vê o mercado consolidando uma percepção de uma estória de alta qualidade para Moura Dubeux para os segmentos de média e alta renda (junto com Cyrela (BVMF:CYRE3) e Lavvi (BVMF:LAVV3)).
A recente alta das ações da construtora não demove o otimismo do Bradesco BBI. “Vemos espaço para mais, potencialmente alimentado pelas revisões de lucro”, escreveram os analistas do banco, apontando uma estimativa de ROE acima de 20% este ano, com o bottom-line projetado pelo banco a 17% e 27% acima do consenso para, respectivamente, 2025 e 2026. O Bradesco BBI aponta que o portfólio sólido de projetos icônicos sob um modelo de condomínio deve fortalecer o lucro por ação (LPA) no curto prazo.
Já a XP Investimentos revisou para cima no volume de lançamentos, receita e margens, resultando em uma estimativa de um crescimento do bottom-line de 22% para 2025 e de 28% para 2026, respectivamente 21% e 32% acima do consenso. “Nós vemos: (i) uma transformação em 2025 impulsionada por um forte momento na área do Novo Cais; (ii) um equilíbrio elevado de lançamento no segmento de condomínios; e (iii) a crescente importância das marcas Mood e Única”, destacam os analistas da XP.
O Bradesco BBI estima que as vendas no projeto Novo Cais, em Recife (PE) devem chegar a R$ 3 bilhões, enquanto a projeção de vendas para o projeto Casa Fortaleza (CE) é R$ 1 bilhão.
Em relação aos imóveis para segmentos de renda média, a Moura Dubeux lançou duas marcas: a Mood para a recém-criada faixa 4 de renda do programa de subsídio de financiamento imobiliário Minha Casa Minha Vida; e a Única para a faixa 3 de renda do programa habitacional do governo federal. Na visão da XP Investimentos, os lançamentos sob as duas marcas devem representar aproximadamente 40% e 50% do total de lançamento da companhia em 2026 e 2027, respectivamente.