Investing.com – Ainda que a operação brasileira e da América Latina tenha sido destaque positivo para a Natura (BVMF:NTCO3), o semestre ainda deve ser de adversidades, no entendimento do BTG (BVMF:BPAC11). Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o banco afirma que as estratégias para simplificar a estrutura e o fluxo de caixa merecem destaque, incluindo a implementação da Onda 2 e a recuperação da Avon International e The Body Shop.
No entanto, de acordo com os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima, a companhia vem enfrentando desafios como a alta alavancagem em um cenário de juros elevados, questão que deve ser resolvida com a venda da Aesop por US$ 2,5 bilhões, além da reformulação das operações, o que tende a continuar prejudicando a lucratividade e o ROIC.
“O custo para implementar A Onda 2 significa que as despesas de transformação da Natura ainda devem aumentar ano a ano no 2S23, mas cair em 2024”, reforça o banco.
Após tratativas da administração sobre o projeto Wave 2, com os primeiros resultados no Peru e na Colômbia, os analistas afirmaram que estão mais otimistas sobre o plano, mas ponderam que algumas iniciativas ainda estão no início.
“Nos últimos anos, a Natura implementou uma série de mudanças em seu modelo de negócios, incluindo revisitar o alinhamento dos representantes no canal de vendas diretas em LatAm, reduzindo seu payout e se tornando um player mais global”, lembram, ao indicar a aquisição da Aesop em 2013 como bem-sucedida. Com a compra da The Body Shop em 2017, seguido por um acordo para comprar a Avon em 2019, as tratativas elevaram a alavancagem financeira e reduziram o ROIC, caindo para 15,5% no final de 2019, contra 30% cinco anos antes.
Aumentos de capital estiveram entre as medidas para fortalecer o caixa, mas a companhia vem reportando indicadores mais fracos do que o esperado na maior parte de seus mercados globais, no entendimento do banco. Agora, o aumento da lucratividade é o principal foco da Wave 2, não necessariamente expandindo as receitas, mas otimizando as margens, com ganhos com uma logística mais eficiente.
O BTG possui recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$18.
Às 11h15 (de Brasília), as ações da Natura perdiam 0,19%, a R$15,97.