ROMA (Reuters) - Arqueólogos descobriram um pequeno quarto em uma vila romana perto de Pompeia que acreditam ter sido usado por escravizados, lançando luz sobre sua condição precária no mundo antigo, disse o Ministério da Cultura da Itália neste domingo.
O local foi encontrada na vila Civita Giuliana, cerca de 600 metros ao norte das muralhas de Pompeia, que foi destruída por uma erupção vulcânica do Monte Vesúvio há quase 2.000 anos.
O cômodo continha duas camas, das quais apenas uma tinha colchão, dois pequenos armários e uma série de urnas e recipientes de cerâmica, nos quais foram encontrados os restos mortais de dois camundongos e um rato.
"Esses detalhes mais uma vez sublinham as condições de precariedade e falta de higiene em que viviam os escalões mais baixos da sociedade naquela época", disse o Ministério da Cultura por meio de um comunicado.
Móveis e tecidos que foram cobertos pela explosão devastadora de fragmentos de rocha, gás e cinzas do Vesúvio se decompuseram ao longo dos anos, deixando um vazio nos escombros.
Quando preenchido com gesso, esse vazio revela a forma original e os contornos do material há muito desaparecido, incluindo o contorno de um cobertor amassado deixado na cama.
"Parece uma fotografia... No entanto, esta é uma imagem de quase 2.000 anos atrás", disse o ministério.
As escavações na vila Civita Giuliana foram realizadas em 1907-1908 e novamente a partir de 2017, quando a polícia percebeu que o local estava sendo saqueado por garimpeiros ilegais.
Arqueólogos disseram que parte de uma das camas foi destruída por um túnel usado por ladrões para acessar outra parte da vila.
Pompeia e a paisagem circundante foram submersas por cinzas vulcânicas quando o Monte Vesúvio explodiu em 79 D.C., matando milhares de romanos que não faziam ideia de que viviam abaixo de um dos maiores vulcões da Europa.
A erupção enterrou a cidade em uma espessa camada de cinzas, preservando muitos de seus moradores e construções.