Por Hanna Rantala
VENEZA (Reuters) - Os livros de Roald Dahl não deveriam ser censurados, disse o diretor norte-americano Wes Anderson nesta sexta-feira, ao apresentar sua mais recente adaptação cinematográfica de um livro do autor britânico: "A Incrível História de Henry Sugar".
A editora do famoso romancista infantil gerou polêmica no início deste ano, quando se notou que as novas edições de seus livros haviam removido ou alterado referências a gênero, raça e aparência física para evitar causar ofensas.
Buscando acalmar a indignação, a editora Puffin disse que lançará os livros novamente no final deste ano sem censura. Para Anderson, toda arte original deve ser deixada intocada.
"Certamente, ninguém que não seja um autor deveria modificar o livro de alguém. Ele está morto", disse Anderson a repórteres no Festival de Cinema de Veneza.
"Henry Sugar" é o segundo livro de Dahl que Anderson leva para a tela, depois de seu filme de animação em stop-motion "O Fantástico Sr. Raposo", de grande sucesso em 2009.
Ao contrário desse filme, "Henry Sugar" não é um longa-metragem completo, mas um curta de 40 minutos, com atores reais, incluindo Benedict Cumberbatch, Dev Patel e Ben Kingsley, com Ralph Fiennes interpretando o papel do autor.
Ele será exibido na Netflix (NASDAQ:NFLX), que comprou os direitos em 2021 para adaptar as histórias de Roald Dahl.
"De certa forma, é quase como uma pequena apresentação teatral que encontramos uma maneira de filmar", disse Anderson, explicando que levou anos para decidir como filmar a história.
Ele revelou que concluiu várias outras versões curtas das histórias de Dahl, incluindo "Poison" (Veneno), "The Ratcatcher" (O Apanhador de Ratos) e "The Swan" (O Cisne), estrelado pelo ator britânico Rupert Friend.
"Todas elas são estranhas, mas não tenho nenhuma outra em mente", disse Anderson, acrescentando: "Estou preparando algumas coisas, mas talvez seja só isso em relação a Dahl no momento."