Por Andre Paultre
PORTO PRÍNCIPE (Reuters) - As forças de segurança do Haiti estavam envolvidas em uma troca de tiros feroz com os agressores que assassinaram o presidente Jovenel Moise em sua residência particular de madrugada na quarta-feira, mergulhando a nação empobrecida e já devastada pela violência ainda mais no caos.
A polícia matou quatro dos "mercenários" e capturou mais dois, disse o diretor-geral da corporação, Leon Charles, em comentários televisionados na noite de quarta-feira, acrescentando que as forças de segurança não descansarão até terem lidado com todos eles.
"Nós os bloqueamos no caminho quando eles deixavam a cena do crime", disse. "Estamos combatendo-os desde então. Eles serão mortos ou presos."
Moise, ex-empresário de 53 anos que tomou posse em 2017, foi morto a tiros, e sua esposa, Martine Moise, ficou gravemente ferida quando assassinos fortemente armados invadiram a casa do casal, situada nas colinas acima de Porto Príncipe, perto da 1h local.
O embaixador dos Estados Unidos no Haiti, Bocchit Edmond, disse à Reuters em uma entrevista que os atiradores se disfarçaram de membros da Agência de Repressão às Drogas norte-americana (DEA) ao entrarem na residência protegida de Moise na calada da noite --uma manobra que provavelmente os ajudou a ter acesso ao local.
O assassinato, que foi repudiado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, os EUA e países latino-americanos vizinhos, aconteceu em um momento de desordem política, um aumento da violência de gangues e uma crise humanitária cada vez maior na nação mais pobre das Américas.
O governo declarou um estado de emergência de duas semanas para ajudar a caçar os assassinos, que Edmond descreveu como um grupo de "mercenários estrangeiros" e matadores bem treinados.
Os atiradores falavam inglês e espanhol, disse o primeiro-ministro interino Claude Joseph, que assumiu a liderança do país. "Estou pedindo calma. A situação está sob controle", disse ele na TV ao lado de Charles. "Este ato bárbaro não ficará impune."
Muitas pessoas do Haiti queriam que Moise deixasse o cargo. Desde que tomou posse, ele enfrentava clamores de renúncia e protestos em massa, primeiro devido a alegações de corrupção e à maneira como manejava a economia e depois por seu controle crescente do poder.
(Reportagem adicional de Ezequiel Abiu Lopez em Santo Domingo; Mohammad Zargham, Susan Heavey, Mark Hosenball, Doina Chiacu, Humeyra Pamuk, Daphne Psaledakis e Patricia Zengerle em Washington; Kanishka Singh em Bengaluru e Stefanie Eschenbacher na Cidade do México)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES