Por Karolos Grohmann
TÓQUIO (Reuters) - Um processo introduzido às pressas para permitir que atletas protestem na Olimpíada de Tóquio não é transparente e pode, ao contrário, intimidá-los a destacar questões sociais com as quais se importam, afirmou um grupo de atletas de elite da Alemanha.
Dias antes do começo da Olimpíada de Tóquio, em 23 de julho, o Comitê Olímpico Internacional (COI) relaxou a sua Regra 50, que proíbe atletas de qualquer tipo de protesto nos Jogos.
Agora permite que esses atletas façam gestos nos campos de competição, desde que o façam sem perturbações e respeitando os outros competidores, e não podem fazê-lo no pódio durante a cerimônia das medalhas.
Qualquer comunicado ou protesto, no entanto, exige aprovação de um grupo de trabalho que inclui, entre outros, o Comitê Olímpico Internacional e a Federação Internacional do esporte em questão.
"Permitir a liberdade de expressão... no campo da competição agora parece inteiramente dependente da boa vontade do COI", afirmou Maximilian Klein, representante da Athleten Deutschland para política esportiva internacional, à Reuters esta semana.
Embora o processo em si possa ser positivo aos atletas, garantindo que eles não serão punidos se o pedido for aprovado, a falta de detalhes sobre potenciais sanções e a ausência de membros independentes no grupo de trabalho levanta mais questões do que fornece respostas.
(Por Karolos Grohmann)