MOSCOU (Reuters) - A Rússia está em vantagem na produção de armas em relação ao Ocidente e pretende manter a taxa de crescimento alta, disse um importante ministro russo nesta segunda-feira, depois que tanto o Ocidente quanto a Rússia aumentaram a produção de armas para a guerra na Ucrânia.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, desencadeando o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e o confronto mais profundo entre a Rússia e o Ocidente desde o auge da Guerra Fria.
A Ucrânia e seus apoiadores ocidentais aumentaram a produção de armas em uma tentativa de derrotar as forças russas nos campos de batalha da Ucrânia. A Rússia também aumentou a produção, mas diz que o Ocidente é o culpado pela guerra, que Moscou data de 2014.
"Não quero me gabar, mas posso dizer que começamos a ganhar e aceleramos o ritmo de produção antes dos países ocidentais", disse Denis Manturov, vice-primeiro-ministro que supervisiona a produção de armas, à agência de notícias RIA.
"Outra questão é quanto tempo essa corrida durará", disse Manturov, acrescentando que um plano de armamento para 2025-2034 deverá ser aprovado no próximo ano.
O presidente Vladimir Putin e seu ministro da defesa, Sergei Shoigu, disseram que a produção de artilharia, drones, tanques e veículos blindados está aumentando.
Alguns ex-líderes do Ocidente falaram sobre uma nova Guerra Fria entre a Rússia e a China, de um lado, e os Estados Unidos e seus aliados, de outro, embora a economia de 2 trilhões de dólares da Rússia tenha dificuldade para enfrentar sozinha todo o poder do Ocidente por muito tempo.
De acordo com dados do FMI, o Produto Interno Bruto nominal dos Estados Unidos foi de 27 trilhões de dólares este ano, enquanto o da China foi de 17,7 trilhões de dólares.
"Precisamos reabastecer as reservas e manter a taxa de produção em questão", disse Manturov.
Manturov disse que o volume de pedidos de defesa do Estado em 2023 dobrou em relação ao ano anterior, com a produção de "certas armas" aumentando dez vezes.
(Reportagem de Lidia Kelly em Melbourne e Reuters em Moscou)