Por Luis Felipe Castilleja e Joan Faus
SANT JOAN DE VILATORRADA, Espanha (Reuters) - Portando um cartaz que exigia "liberdade para a Catalunha", líderes separatistas que foram presos devido ao seu papel em uma tentativa de independência fracassada de 2017 saíram da prisão nesta quarta-feira depois de receberem indultos do governo espanhol.
Sete dos nove líderes perdoados foram recebidos pelo chefe pró-independência do governo regional catalão, Pere Aragonès, diante da prisão de Lledoners, situada uma hora ao norte de Barcelona, como mostraram imagens da Reuters.
"Anistia é o que queremos, e a conseguiremos", disse Carme Forcadell, ex-presidente do Parlamento catalão, ao sair de outra prisão de Barcelona, classificando sua libertação como uma "pequena vitória".
Os separatistas catalães buscam uma anistia ampla para todos os envolvidos na tentativa de secessão de 2017.
O governo espanhol perdoou os nove políticos e ativistas como gesto de boa vontade, visando retomar as negociações para solucionar o conflito político entre Madri e a região.
Em 2019, eles foram condenados a penas de nove a 13 anos de prisão por sedição e mau uso de fundos públicos na esteira de um referendo de separação ilegal que levou a uma declaração de independência de curta duração e à pior crise política da Espanha em décadas.
Os perdões são condicionais, e os líderes continuam proibidos de ocupar cargos públicos.
Madri descarta outro referendo de independência.
"Não se trata somente de ser inconstitucional, é que não podemos continuar fraturando a sociedade catalã", disse o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, ao Parlamento ao responder apelos de parlamentares separatistas por outra votação autorizada por Madri.
Enquanto isso, partidos conservadores de oposição renovaram seus clamores para que Sánchez renuncie por causa dos indultos, argumentando que a medida mina a unidade espanhola.
Pesquisas de opinião mostram que cerca de metade da população da Catalunha é a favor de um rompimento com a Espanha.
O governo também descartou uma anistia geral para cerca de três mil pessoas com processos relacionados ao referendo de 2017, o que também incluiria políticos que fugiram do país, como o ex-líder do governo regional catalão Carles Puigdemont.
"Não haverá anistia, não haverá autodeterminação, o que haverá é diálogo e política", disse o ministro de Políticas Regionais, Miquel Iceta.
(Por Inti Landauro e Cristina Galan)